quarta-feira, 3 de agosto de 2011

REBELDIA, INSURGÊNCIA E REVOLUÇÃO - ESPAÇOS DA GENEROSIDADE, DA TERNURA E DO SONHO

                                               Jorge Bichuetti

Muitos crêem numa identificação entre conformismo com bondade, paciência, tolerância e resignação. O conformismo é uma reação de covardia, submissão, servilismo ao mundo; o que vale por conivência com a injustiça, com a violência e o desamor.
Alguns erroneamente chegam a postularem que o seu conformismo é uma expressão da não-violência de Gandhi e da paz do cristianismo... Leituras que refletem o pensamento maquiavélico que localiza o bem nas instituições dadas, no poder hegemônico, e que situam o mal como marginalidade, criminalidade e desordem, por estarem na contramão do poder dominante...
Nem Gandhi nem Cristo foram coniventes e submissos sãos poderosos... como não foram apáticos diante da opressão.
Rebeldia, insurgência e revolução - são expressões que quando afirmam ajustiça, a liberdade, a inclusão social, o novo... um mundo de amor e paz, generosidade e compaixão, igualdade e solidariedade; são ações ativas de afirmação ética do bem comum.
O nosso mundo é um mundo de exploração, opressão e mistificação... Mortifica, exclui, humilha, aliena, adoece, danifica, desumaniza... Realidade de dor que clama por mudança e pelo novo.
Gandhi acrescenta algo fundamental: que para efetivar-se uma mudança real e radical, e não somente um projeto invejoso de substituição dos opressores, é preciso que o rebelde e o insurgente, que o revolucionário viva a mudança, isto é, que corporifique na sua vida e no seu caminho os novos valores, o novo modo de ser e conviver.
E para ele, a não-violência era uma tática de guerra; e não uma acomodação subserviente e parasitária com o poder e os poderosos.
Che diz, inclusive, que a generosidade é um valor imprescindível na subjetividade do revolucionário.
Paulo Freire, lúcido e apaixonante, afirmou que a libertação dos oprimidos é igualmente a libertação dos opressores da sua condição cruel e daninha de vampiro existencial que aniquila vida dos pobres e miseráveis, acumulando o que é a sangria das suas carências diárias.
Muitos tentam aniquilar a potência terna dos sonhos com a repetição dos equívocos cometidos pela experiência do socialismo que se burocratizou e se mantesse no marco da tirania e do desreipeito aos direitos humanos.
Subestimam a criatividade, a potência inventiva, a possibilidade de se pensar o novo numa radicalidade de liberdade, solidariedade, compaixão, amor e paz...
Vale, então, ler o que compreendia sobre o socialismo, a encantadora guerreira Rosa Luxemburgo... Luta-se por... uma sociedade onde sejamos a potência afirmativa da vida:
"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Eis, então, o chão onde florescem os sonhos e o porvir...


4 comentários:

Sabrina. disse...

Que nós possamos nos ver, nos encontrar, e produzir esse mundo para além dos nossos olhos.
Com carinho!
Sabrina.

Anônimo disse...

Boa noite, Jorge,
Você pode me dizer se existem esquizoanalistas aqui no Rio? Pode me indicar algum? Por favor, se não for te dar muito trabalho, pode responder no meu e-mail, carlabetinho@ig.com.br?
Abç!
Carla

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Sabrina: que possamos, sim... e ai então celebraremos numa mesa farta, cheia de canções e risos... e sentiremos que nenhum sacríficio da luta foi em vão. Abs ternos, jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Carla, sim, o Rio tem ótimos esquizoanalistas... lhe escreverei à noite... Abraços com carinho, jorge