sexta-feira, 9 de setembro de 2011

BONS ENCONTROS: AS CURVAS DA NOSSAS INTIMIDADE...

                  SEGREDOS DE INTIMIDADE
                                         Concha Rousia


Guardo as cousas que amei durante o dia
No bolso mais íntimo da camisa de noite
Para levá-las aos meus sonhos comigo
Hoje amanheci com um sol vermelho, redondo, desenhado em meu peito, um botão azul dormira sob o meu corpo... teria preferido que fosse o teu rosto a se tatuar em minha pele, mas ontem a tarde não te trouxe a mim, e o botão caiu de meu vestido ao me despir... então deu-se-me por pensar na intimidade e nos segredos, foi inevitável lembrar a nossa última conversa... entende, meu bem, que não conte aqui o que depois sonhei...

A intimidade é... acho que é, quase impossível de definir, mas eu hoje quero que seja um conceito filosófico, algo que eu posso mesurar, entender com minha capacidade intelectual, para poder aceitar no pensamento o que tanto confunde o meu sentir...

Eu já tinha descoberto que a intimidade é caprichosa, ela por vezes e tão imensa, tão infinita, tão indecifrável... que não cabe em todas as palavras que a gente se diz... e de súbito, um dia, ela nós surpreende, traiçoeiramente até, aparecendo intacta, toda inteira, numa palavra perdida por aí num canto qualquer... aí a gente entende o por que a resposta não pode ser outra que o ciume... talvez podia ser outra, mas hoje ainda é o ciume...

Tudo por causa da intimidade se ter deitado toda inteira, nua, bela, como só ela é, aí numa palavra qualquer... demasiada intensidade para a cabeça poder entender... vai tudo direito para o coração, e daí o coração se encolhe, se esconde, como se víssemos o lobo, aí nos tornamos muito sensíveis, sem a capacidade do nosso coração para compreender, nós volvemos tão sensíveis, tão vulneráveis, ao ponto de perder a sensibilidade, tornando-nos incapazes de mesurar a intensidade do que vemos, pensamos ou mesmo dizemos... conseguimos escondermo-nos da dor, é, isso ajuda, mas a que preço? ao preço de não poder sentir realmente aquilo que dizemos...

DO BLOG: www.republicaderousia.blogspot.com

2 comentários:

Concha Rousia disse...

Jorge: meu querido amigo, eu agradeço o carinho com que tratas as minhas palavras, e a mim, elas gostam de voar... e eu de ficar aqui a morar nesta nossa Utopia... Abraços com carinho e um bom fim de semana para ti, Concha.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, querida? aqui, temos uma vida-sonho-luta num caminho de floradas azuis e pássaros catantes... que é nosso coletivo andarilho , esperança-utopia... abs, jorge