segunda-feira, 5 de setembro de 2011

POESIA: MADRIGAL DA ESPERANÇA

                                   AQUELA ESTRELA...
                                                  Jorge Bichuetti


Uma estrela, bela e singela,
entre outras... no horizonte,
cantava noitivago acalanto,
como se quisesse acolher
os andarilhos do caminho
que são barcos sem leme,
num sonho de criança, cais,
da vida que navega ao léu,
esperando na aurora o céu,
ancoradouro das ovelhas negras
que de si mesmas andam perdidas...


Uma estrela, bela e singela,
para além do bem e do mal:
esperança bailarina, fé matinal;
um anjo da manhã absolvendo
os desvarios da noite escura no
abrigo da relva verdejante onde
pecadores e deuses se aninham...


Uma estrela, bela e singela,
guia e vigia... as loucuras da vida
e as aventuras errantes do céu...
 
Um estrela vela... o vadiar do povo peregrino
e as travessuras, que tão meninas, são o agir
generoso dos deuses na ciranda dos meninos...


                                        DEPOIS, ELE VIRÁ...
                                          Jorge Bichuetti


Na noite, minhas lágrimas
inundam o mundo e são
um oceano de agonia;
mas, depois, ele virá...
O Sol nascerá no meu peito,
majestoso e generoso,
nada dirá... nem exigirá
lamúria ou explicação,
Ele, simplesmente secará minhas lágrimas;
com a maciez de seus raios que são da vida
uma expontânea oração...


                                 VENTO MATINAL
                               Jorge Bichuetti

O vento da manhã leva,
para longe, a poeira da
vida...


O vento da manhã traz,
para vida, os pólens da
nova floração...


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