tag:blogger.com,1999:blog-4343232242209353312.post1096438285740470311..comments2023-12-25T18:58:45.375-08:00Comments on Jorge Bichuetti - Utopia Ativa: DIÁRIO DE BORDO: PAROXISMO DO CAMINHOJorge Bichuetti - Utopia Ativahttp://www.blogger.com/profile/10870367653955599995noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-4343232242209353312.post-19024669462908579172010-10-29T21:36:55.356-07:002010-10-29T21:36:55.356-07:00Samara. esta Clarisse é uma druxa, fada e deusa, f...Samara. esta Clarisse é uma druxa, fada e deusa, fala das coisas como se estivesse montando um vaso de flor, uma salada ou tecendo entre as nuvens um novo mundo.<br />A amo.<br />E te amo. abraços jorgeJorge Bichuetti - Utopia Ativahttps://www.blogger.com/profile/10870367653955599995noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4343232242209353312.post-51001066312443151602010-10-29T13:20:58.053-07:002010-10-29T13:20:58.053-07:00O Nascimento do Prazer
O prazer nascendo dói tant...O Nascimento do Prazer<br /><br />O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele é nós.<br />-----------------------------------<br />"Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. E ter apenas a própria vida é [...] um sacrifício. Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver..."<br />-----------------------------------<br />"Estremeço de prazer por entre a novidade de usar palavras que formam intenso matagal. Luto por conquistar mais profundamente a minha liberdade de sensações e pensamentos, sem nenhum sentido utilitário: sou sozinha, eu e minha liberdade. <br />É tamanha a liberdade que pode escandalizar um primitivo, mas sei que não te escandalizas com a plenitude que consigo e que é sem fronteiras perceptíveis. <br />Esta minha capacidade de viver o que é redondo e amplo - cerco-me por plantas carnívoras e animais legendários, tudo banhado pela tosca e esquerda luz de um sexo mítico. <br />Vou adiante de modo intuitivo e sem procurar uma idéia: sou orgânica. E não me indago sobre os meus motivos. Mergulho na quase dor de uma intensa alegria – e para me enfeitar nascem entre os meus cabelos folhas e ramagens..."<br />-----------------------------------<br />Mas também sabia de uma coisa: quando estivesse mais pronta, passaria de si para os outros, o seu caminho era os outros. Quando pudesse sentir plenamente o outro estaria salvo e pensaria: eis o meu porto de chegada. Mas antes precisava tocar em si própria, antes precisava tocar o mundo.<br /><br />Clarice LispectorSamara Dairel Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/03802146647123191822noreply@blogger.com