tag:blogger.com,1999:blog-4343232242209353312.post1339593124970917838..comments2023-12-25T18:58:45.375-08:00Comments on Jorge Bichuetti - Utopia Ativa: SOCIEDADE DE AMIGOS: MARTA RÚBIA DE REZENDE, UMA FLOR NA IMENSIDÃO...Jorge Bichuetti - Utopia Ativahttp://www.blogger.com/profile/10870367653955599995noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-4343232242209353312.post-64890846350789089712011-02-06T03:37:06.999-08:002011-02-06T03:37:06.999-08:00Marta, ela é ótima,, mas, não posso deixar de dize...Marta, ela é ótima,, mas, não posso deixar de dizer que amei o seu poemeto: forte, intenso e marítimo... Move-se e nos movem como se o amor fose ondas..<br />A sexualidade é um imperativo chato, e um acontecimento esplendoroso...<br />Me parece muito necessário: administrá-la como se fosse um barco... sem o temor do alto-mar, mas, também, sem menosprezo pelo cais...<br />Fomos muito feliz, ontem, amigo, a plenária parecia uma socieade de amigos com alegria, ousadia e sonhos...<br />Vai rolar..<br />Lhe adoro...<br />Beijos com carinho e ternura, <br />JorgeJorge Bichuetti - Utopia Ativahttps://www.blogger.com/profile/10870367653955599995noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4343232242209353312.post-61550203848703570932011-02-06T03:04:59.611-08:002011-02-06T03:04:59.611-08:00Jorge querido, esse poemeto preguiçoso eu o fiz de...Jorge querido, esse poemeto preguiçoso eu o fiz de estalo (como tudo que faço) para atender um pedido seu antigo de que eu escrevesse sobre sexualidade, erotismo e amor. Naquele momento eu estava totalmente desexualizada. Não havia nenhum sentido falar em sexualidade. Seria só discurso vazio. <br /><br />Resexualizada. Poesia amorosa. Poesia erótica. Aí vem. Há um poço fundo a ser explorado. "Sinto-me livre para fracassar" (Bataille).<br /><br />Desexualizar-resexualizar. O movimento da sexualidade. O movimento da vida. O movimento por um nova terra e um novo povo por vir. Vindo. <br /><br />Poeta eu não sou , só brinco de traçar linhas, mas essa que segue abaixo é poeta. Essa sim. Essa traça linhas fantásticas. HILDA HILST. A poesia dela é a mais erótica que já lí, de um erotismo ao mesmo tempo agressivo e delicado como é o DESEJO.<br /><br />beijo<br />Marta<br /><br />____________<br />DESEJO<br /><br />Quem és? Perguntei ao desejo.<br />Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.<br /><br /><br />I<br />Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.<br />Antes, o cotidiano era um pensar alturas<br />Buscando Aquele Outro decantado<br />Surdo à minha humana ladradura.<br />Visgo e suor, pois nunca se faziam.<br />Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo<br />Tomas-me o corpo. E que descanso me dás<br />Depois das lidas. Sonhei penhascos<br />Quando havia o jardim aqui ao lado.<br />Pensei subidas onde não havia rastros.<br />Extasiada, fodo contigo<br />Ao invés de ganir diante do Nada.<br /><br />II<br />Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.<br />Que desenhos e rictus na tua cara<br />Como os frisos veementes dos tapetes antigos.<br />Que sombrio te tornas se repito<br />O sinuoso caminho que persigo: um desejo<br />Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.<br />E que escura me faço se abocanhas de mim<br />Palavras e resíduos. Me vêm fomes<br />Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas<br />Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.<br />Cordura. <br />Crueldade.<br /><br />III<br />Colada à tua boca a minha desordem.<br />O meu vasto querer.<br />O incompossível se fazendo ordem.<br />Colada à tua boca, mas descomedida<br />Árdua<br />Construtor de ilusões examino-te sôfrega<br />Como se fosses morrer colado à minha boca.<br />Como se fosse nascer<br />E tu fosses o dia magnânimo<br />Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.<br /><br />IV<br />Se eu disser que vi um pássaro<br />Sobre o teu sexo, deverias crer?<br />E se não for verdade, em nada mudará o Universo.<br />Se eu disser que o desejo é Eternidade<br />Porque o instante arde interminável<br />Deverias crer? E se não for verdade<br />Tantos o disseram que talvez possa ser.<br />No desejo nos vêm sofomanias, adornos<br />Impudência, pejo. E agora digo que há um pássaro<br />Voando sobre o Tejo. Por que não posso<br />Pontilhar de inocência e poesia<br />Ossos, sangue, carne, o agora<br />E tudo isso em nós que se fará disforme?<br /><br />Existe a noite, e existe o breu.<br />Noite é o velado coração de Deus<br />Esse que por pudor não mais procuro.<br />Breu é quando tu te afastas ou dizes<br />Que viajas, e um sol de gelo<br />Petrifica-me a cara e desobriga-me<br />De fidelidade e de conjura. O desejo<br />Esse da carne, a mim não me faz medo.<br />Assim como me veio, também não me avassala.<br />Sabes por quê? Lutei com Aquele.<br />E dele também não fui lacaia.Marta Rezendehttps://www.blogger.com/profile/06154944898608683031noreply@blogger.com