JORGE BICHUETTI
Canto a alegria com olhos melancólicos
que despertos se fazem
serenos,
calmos,
esverdeados de esperança.
Sou a chuva caindo na aridez do sertão.
Sou a estrela brilhando na escuridão do anoitecer.
Ah! Ah! Porém, eu sei que sou
apenas a lágrima oculta.
Contudo, canto...
Canto, pois ninguém vê, escuta ou cheira
o esfumaçado chorar
do meu frágil coração;
o turbulento gemido
da minha mania de se ensimesmar
e o fétido arroto
da minha acre solidão.
Canto, entre rostos carentes,
vozes clementes
e sentires dementes.
Eu canto, porém, choro.
Choro lágrimas ocultas.
Eu posso cantar...
Sei... Eu sei que ninguém
estará do meu lado na hora
que as lágrimas
irão, no solo de uma vida de luta,
inundar o chão,
fazendo meus pés
de lama se afogarem.
Eu canto a alegria da vida,
na lágrima declamo
minha fé:
sou chuva, ainda que entre trovões;
sou estrela,
ainda que só
nesta infinita imensidão.
4 comentários:
Jorge,belíssimo o "...uma, duas, alguma lágrima". Apenas quero exercitar a discordância em relação à sua percepção de que "ninguém vê",e também de que "ninguém estará do meu lado....". paulo
Paulo, ah! como sei que os amigos não a gente que passa e não vê...
são pelos amigos que persisto lutando, sonhando e amando.
abraços jorge
Olá Dr. Jorge,
Voce está triste ou triste e só?
Eu fiquei melancolica com essa sua poesia.
Não gostaria de elogiá-la apesar de que é muito bonita.Entregue-se aos passeios, aos lagos e mares. Dê um descanso ao seu pensar.Cervejinha, camarão.Um teatro e uma bela comédia.
Beijo, abraço e um empurrão!
Te amo, Denise
De, ando alegre e sereno, porém, conheço também lágrimas e solidão. Não sou... como poderia ser só, com este carinho de meus amigos-irmãos que me conectam com o azul da imensidão e com a espernaça nohomem e na humanidade. Obrigado, pelo seu carinho e atenção jorge
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