Jorge Bichuetti
Nosso individuação, vida plenificada de intensidades e a alegria, não se dá por parasitismo osmótico, nem num evolucionismo funcionalista ou dialético.Somos seres do devir,
Devir - vir a ser. acontecimento, processo involutivo.
Involução não é retrocesso nostálgico; é produção do novo com a argila primordial do caos primitivo e caótico que abundam no nosso inconsciente e é reprimida nas suas produções desejantes e inventivas pelas ordenações normativas do status quo.
Emerge a novidade, a singularidade, o novo radical...
Ele não é forjado, acontece... Porém, acontece nos agenciamentos gerados nos entres dos nossos vínculos, encontros e experimentações... No entre eu e você, eu é o outro... Eu e a natureza... eu e as estrelas... eu e as experimetações de vida.
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Multiplicidade, os meus muitos eus, não é um teatro representativo de papéis e fantasias... Nem é falta de singularidade... É complexidade, riqueza, flexibilidade, diversidade e atualização das diversas virtualidades que só não emergem pelo nosso ego unitário e castrador. Somos metamorfoseantes ( Orlandi)... Podemos atualizar a realteridade, o virtual fecundo que permanece imanente à realidade concreta e que não se atualiza pelas nossas contenções, repressões, inibições e pelo estriamento e segmentariealidade da vida no nosso mundo.
Não seremos um oportunista, sem cárater: o processo do devir e a multiplicitação é , também, um processo de subjetivação. subjetividades livres. Um modo de existir como obra de arte e uma ética que produzimos e que nos norteia as experiências, a convivência, o nosso próprio andar na vida...
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O desejo não e uma reprodução mecânica de um complexo e uma fantasia primordial; é construção... Ele é inventado e reinventado; produzido e transmutado...
Esta construção acontece... Não determinada, mas germinada pelos agenciamentos que fazemos e acolhemos em nós...
A vida que levamos... Os sonhos que cultivamos... As tribos que mantemos pertência.. Os encontros que cultivamos... Geram entre onde se tecem agenciamentos que nos mobilizam as produções reprodutivas ou produtivas, repetitivas ou da diferença e do novo.
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A utopia não é um horizonte da ideologia... é uma virtualidade, uma realteridade, um conjunto de devires e mudanças desejadas, cultivadas e, guerreiramente, buscadas,agenciadas, pela luta e pela própria vida.
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O amor é afirmação de vida. Florescência primaveril da vida como encontro e alegria, ternura e suavidade, carinho e partilha...
Amor - o pão nosso de cada dia...
Não se restringe, todavia, ao vínculo erótico-sexual... Floresce e encanta todo jardim da vida.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
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14 comentários:
Jorge
O amor é a mola que faz girar o mundo.
As labaredas do aconchego
O frio chegou. Ao terminar uma semana muito cheia sento-me aqui com minha companheira e a lareira. O fogo encanta os olhos. As labaredas em um hipnotizar terapeutico a aquecer o corpo e a casa. Um certo cheiro de fumaça enche meu cantinho. Pelas janelas vê-se nuvens cinzas. Vento a farfalhar as folhas das árvores. O chiar do ventar nos pagos do sul fazem música de um ninar diferente. Sopra como um dragão enfurecido pelo corredor do condomínio. O crispar das chamas se contrapõe ao uivar do vento formando uma sinfonia de inverno e de aconchego. Frio na rua e calor na alma traz sentires gostosos. Lembranças de momentos deliciosos guardados nos coração. Paz instaurada. Leitura concretizada. Escrita solta. Amor faz-se com as palavras.
bjos
Anne
Anne, um texto amoroso e potente que me levou aos céus da vida terna, onde nossas existências vão se dando no calor do seus sonhos, sonhos compartilhados na ternura mútua e vital,
Abraços, Jorge
PS Poss com carinhoo publicar este texto soeu, amanhã?
Claro que pode :-)
bjos
Anne
A vida, o ser humano e suas múltiplas subjetividades. Coloquei um post novo nos Estudos Culturais.
http://wwwestudosculturaisemeducacao.blogspot.com
Abraços afetuosos
Anne, só agora, cheguei... Estava em Ribeirão, dando um curso: clínica do cuidado e da alegria...
Logo, abri o blog, e me alegrei...
As composições de multiplicidade me mostram que somos extremamente produtivos no entre dos encontros...
Amo sua escrita: singularidade estelar...
Abraços com imensa ternura e renovado carinho, Jorge.
Tânia, cheguei de Ribeirão, e, assim, que cuidar da Lua, nem olharei para a lua do céu, irei visitr sua postagem, sempre me enriquece.
Trabalhei uma sua e a citei no curoso joje em ribeirão.
Abraços, com carinho, Jorge
Fico imensamente feliz por ter contribuído, de certa forma, com o seu curso. Abraço forte e muuuito carinho pra você.
Tânia, nosso convívio me leva a conhecer autores e horizontes que me eram desconhecidos..
E vi no seu blog, que dividimos muitos amores amuns...
Abraços, Jorge
Meu amigo seu texto é uma primor...
Fala do Caos ..e eu adoro mexer nisso , o Caos é mito fundante de toda a possibilidade de transformação.
Ahhh , o amor , isso ... no inicio era o Caos , mas Eros já estava ´la
O desejo , isso que pressupoe uma falta , uma falta constitutiva daquilo que deve vir-a-ser .... bom isso dá uma dissertação .. mas pela provocação vou responder assim :
"Eu de mim"
O mesmo de mim
Já é um Outro ..
Fugidio,
Alienado,
Roto
Atos falhos ,
Enganos,
Sagrado e profano
Desconhecido
Luz , lampejo
Fora de sentido
Puro gozo ...
Desejo.
(@Adilson S. Silva
Adilson, que alegria! estive todo dia dando um curso em Ribeirão, e senti falta de vocês, das multiplicações nas quais encontro nvos sentidos, antes não percebidos...
Trabalhei " a clínica do cuidado e da alegria", com os pensamentos voltados para a poesia e para as trocas filo´soficas vinculadas ao existir e ao devir, ao produzir e ao criativo... as dores do mundo e da vida... Este nosso intercâmbio é vida, amanhã cedo, logo, cedinho, irei postar.
Abraços com carinho, Jorge
Bacana Jorge ...sucesso ai no seu curso ...é necessário horizontalizar o conhecimento ...e a alegria ...isso é operativo ... pichoneano e funciona ... abçs
O Amor é a alquimia perfeita, presente em todos que não se negam a partilhar sonhos e a caminhar, mesmo que por entre pedras. Jorge continuo em Vitória, e antenado em seus escritos e dos companheiros que nos presenteiam, com saudades de nossa terra querida, e desejando estar presente no próximo encontro da Universidade Popular. Grande abraço
Querido amigo Cauí, sinto sua falta, mas desejo-lhe que Vitória esteja sendo paz e esplendor...
Seu carinho é pão e vida; e a luta partilhada pesa menos...
Vamos construindo, porém, as ofertas vem chegando com o nome, sem a exposição de desejos; então, temos que pensar o que seria legal ofereecer...
Chegando me procure; hoje, postarei sobre a Upop....
Abraços, com carinho e amizade eterna. Jorge
Aidlson, obrigado, voltei já com todo carinho e o entuasiasmo. O curso funcionou; as pessoas andam querendo reinventar suas vidas e seus fazeres... Abraços com desejps de alegria e paz, Jorge
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