Jorge Bichuetti
Apolo. Belo,, sedutor Trabalhador disciplinado e persistente...O domínio da metalurgia, das ares e a música... Um deus da guerra e das realizações da vida A gentileza e a ternura... A produção...
Dionísio.. Deus das alegrias, do vinho e dos prazeres... Da festa. Das orgias... Da vida sem travas e da suprema liberdade... A paixão...
Aqui, não nos interessa os ritos e mitos da fé...Nem a pujante alegorias do panteão de deuses de humanos comportamentos, de magia e de aversões, protetores e vingativos, poder divino que se realiza nas vielas e nas curvas da própria existência humana...
Vemo-los como dois modos de funcionamento...
E os convocamos , neste texto, pela importância destes modos de funcionamento no diálogo sobre as potências e os perigos, a vida de intensidade e os escombros da morte que se emanharam nos encantados territórios do desejo e da paixão.
Já Freud via na paixão um vivência fronteiriça com a loucura; porém, com sua ideia do desejo funcionando pelas repetições , movimentando-se pela falta e cerceado pelo medo da castração, não lhe parecia possuir qualquer indício de perigo ou morte....
Na primeira tôpica, Freud havia visto o inconsciente como um caldeirão efervescente pulsões...
Regido pelo princípio do prazer, buscava sempre a realização direta ou indireta dos seus desejos...
Com o Antiédipo, Deleuze e Guattari nos revela um desejo construtivista, sem falta, movido pela abundância e pelo excesso, e inventivo, pois sempre se daria numa intensidade e velocidade maximizadas pelas desterritorializações do inconsciente produtivo cuja natureza seria a da permanente produção do novo e do diferente...
Um caos ... Um caos criativo... Caosmose.
A paixão, também, seria visto por eles como uma situação caosmótica.
A desejo e todas as situações caosmóticas produzam linhas de vida, alegria e potência, que não as esperadas pelos estriamentos do mundo que nos evitam novos e diferentes, intensos e potentes...
Ante um desejo e uma criação inventiva se produz forças de captura e de antiprodução, numa tentativa clara de isolar, inibir, atenuar, e matar esta novidade indesejável... Esta força e esta virtualidade disruptivas que se
vinculam à produção deejante de um novo radical...
Para a sobrevivência do novo e dos seus produtores há que se agenciar e inventar planos de consistência, linhas de fuga e devires que viabilizem o novo e o permita escapuir das capatazes da ordem e dos arautos da morte.
Como o desejo é prazer, alegria... puro dionísio, ele tente a se manter alheio aos imperativos da própria sobrevivência.
Dai, clama Deleuze pela necessidade de um dialogo entre os dois modos de funcionamento tão distintos... Apolo e Dionísio...
Um diálogo includente e transversal...
A montagem de uma máquina de guerra pela vida: a alegria e a intensidade de dionísio conjugada a produção laboriosa e organizada, terna e artística de Apolo...
Com esa conjunção, se armaria a produ~ção de linhas de fuga, que são linha s da produção desejane e criativa que sem perderem potência, intensidade e alegria,, se materializam e modos de vier e existir com capacidade de organização e resistência ante o canto da sereia das forças repressivas e destrutivas que tudo fazem para que o novo e diferente não aconteça...
Este acontecimento gera vida: bons encontros e paixões alegres...
Um modo de desejar e de experienciar as paixões ativos, instituintes; e não reativos, já não seriam, então, o desejo e a paixão, prisioneiros capturados, facilmente, do modo de amar e ser feliz da subjetividade dominante... Que inviabiliza o desejo, a paixão e o amor pela sua captura e eepelos aataques da antiprodução...
Um novo modo supera a triangulação, a onipotência e a simbiose, a possessividade e o ciúme, a codependência e o isolamento que asfixia e empobrece a vida de todos os envolvidos, neste voo que deveria sempre ser libertário...
Mais: um novo modo produz linhas de vida para fora , evitando que ante os perigos da fronteira, o homem não dando conta de tanta vida, alegria, intensidade e desteritorilizações caóticas, perca o domínio das forças criativas e as deixem perdidas, retornando elas para o interior de umc orpo seiado que não cabendo, se torna corpo marcado pelos sinistros da morte e da autodestruição.
Finalizamos, recordando: Tão somente Apolo pode provocar o encontro com Dionísio... Este no panteão ou nas veredas das nossas vidas comuns está sempre ocupado com seus festins dee alegria e devassidão...
Resta-nos, então, não se encantar enlouquecidos com a possipilidade da alegria de um minuto, adiando a presença de Apolo... Deste encontro, depende a nossa coragem prudente de ser e viver: sem medo de ser feliz!...
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