Jorge Bichuetti
Estamos na tranquilidade do lar, eu e minha pequena Lua. Já ouvimos cedo nossos amigos cantores: os sinfonistas pardais... Brincamos, jogamos bola... ela choramingou, dengosa, quando me viu lendo u livro... Nossa paz... Verde, anil... Rosa e vermelhas flores do caminho...
Será real esta nossa serena e tranquila vida?...
Ontem, chegando em casa, viajando na Internet, encontrei outro mundo, um mundo cruel e desumano.
Em Porto alegre, vi nos Blogs - uma nova ética e palavras e imagens - que um carro atropelou um multidão de ciclistas que circulavam pela cidade numa manifestação pacífica e alegre, por um mundo mais respirável...
Falta-me ar... Falta-me tolerância... As cenas violentas e dantescas nos mostram o nosso mundo, onde a violência campeia impune,e a natureza vê seus amigos machucados e mortificados pela criminalidade insticionalizada como vã covardia.
Não poderei dizer nada a minha pequena... Mas ninguém está seguro ou tranquilo.
Posso me indignar-me e me solidarizar com os jovens do movimento de POA, Massa Crítica, porém, isso é pouco...
Vivemos e não percebemos que nossa passividade atua legitimando as violências, os mecanismos de opressão, exploração e mistificação... Nosso silêncio é um sim ao desamor, as forças destrutivas que na covardia cruel de uns e de outros, do sistema e do império, persistem matando, machucando, estropiando nossas vidas.
Um novo mundo é possível...
Um novo mundo é necessário...
Todos queremos os ventos de ternura e amor, igualdade e solidariedade de uma nova era...
Contudo, acordemos!...
Decretamos o fim da história como se a história fosse um conto infantil para os nossos devaneios do anoitecer.
A pergunta que urge ser feita é: quem protagonizará as mudanças necessárias e possíveis?... Quem irá destruir as barreiras que limitam a liberdade e vida e abrir os portais do alvorecer.
Assumamos um lugar nesta luta...
Digamos não à violência e as forças que impedem o novo e a mudança.
Escutemos os clamores do belo e valente Subcomandante Marcos: "Não é preciso destruir o mundo. Basta fazê-lo novo. Hoje. Nós"...
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Não tem palavras para descrever uma barbárie dessas... O que me espanta em um episódio desses são as explicações na TV... "SE ele tinha a intensão de matar..." "SE ele tinha APENAS a intenção de ferir..."
Faça-me o favorrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!
beijos indignados
Anne
Anne, a violência nos indigna e não vejo como se tenta ainda dar uma explicação... Até parece que a vida das vítimas são vidas menores numa mídia que não dá voz a indignação e a esperança de um mundo de paz... Os jovens queriam respirar, se ele não queria machucar, porque não estava pedalando ou vivendo sen que sua vida fosse um cruel risco para os que amam a vida e desejam a vida verde e de paz, respirável e de sonhos...
PQP!...
Necessitamos lutar sempre... Por um mundo de paz e amor, lutamose sonhamos...
abraços, Jorge
Jorge, amei o teu texto. Compactuo totalmente com a tua indignação, o que aconteceu é aviltante demais. Eles, na mídia, ainda dizem que nõ sabem se o cara tinha ou não intenção de matar. Imagina, quem sabe ele só pensou em fazer um strike humano para se divertir?!
Beijos revoltados.
Tânia, uma situação alarmante: a violência não é , para todos, uma dor e uma lágrima; ela anda institucionalizada e naturalizada, na midia, em muitos espaços...Penso que nossa indignação cumpre a função de grito acordando o humano na sua sensibilidade e na sua preocupação com o outro.
Indignar-se lutar... Caminhos de humanização e de reinvenção da paz... Beijos indignados e cheios de revolta, no meio de muito carinho e esperança...
Abraços, Jorge
Postar um comentário