JORGE BICHUETTI
Dois de fevereiro. Dia de flores no mar... Iemanjá, mãe... Senhora das águas salgadas: das que banham nossas praias, belas e acolhedoras; e das que caem no nosso rosto, nos dias de tristeza tempestade...
flores no mar... Por uma mundo e uma vida sem lágrimas, caídas, cruelmente, na ventania das dores que podiam ter fim, se outra vida inventássemos... Com ternura e liberdade, pão, terra, seresta e luar... E preces que fossem passarinheiras, voando no infinito e nos ligando a Deus em comunhão com as estrelas e as noites de luar...
***
Ontem, Dilma Rousseff esteve com As Mães da Praça de Maio...
Esperamos que este encontro fortaleça-a na defesa dos direitos humanos e na luta por um país de liberdade, cidadania, justiça social e solidariedade...
No Egito, um milhão de pessoas na rua... Rostos distintos, velhos e crianças, jovens, mulheres e homens... Um só grito: o fim da cruel ditadura de Hosni Mubarak...
No Congresso Nacional, por enquanto, a velha festa e mesma luta: cargos e espaços... É hora de se pensar com seriedade da função do legislativo e exigirmos que as leis de valor social, não fiquem engavetadas, esperando sabe-se la o que.. O tempo passar, o povo esquecer?...
A Militar é agir... E a hora é de agir...
Exijamos já:
- a Comissão da Verdade com a devida punição aos crimes da ditadura militar;
- a proteção das florestas, dos recursos naturais e do nosso ar e das nossas águas;
- imposto único, com reforma tributária;
- a criminalização da homofobia e o direito a união gay;
- a reforma política;
- uma política interna e externa radical na defesa da paz e dos direitos humanos;
- a comissão de negociação para os conflitos de terra;
- uma política de reversão dos danos ao meio ambiente e de sustentabilidade;
- após, os imprescindíveis ajustes, ante o perigo da inflação, uma política de redução gradativa e rápida dos juros;
- moradia, saúde, segurança: paz...
***
Diante do mudo e dos acontecimentos, penso na nossa vida...
Como estamos cuidando de nós?...
Como intervimos no cotidiano, na política e na vida dos que amamos?...
Quase sempre, sem perceber a gravidade, somos levados pelas forças reativas... Reagimos... Não somos afirmativos... Não assumimos uma posição ativa diante de nós mesmos, do outro, dos caminhos, do mundo e da própria mãe natureza...
Que mundo e que vida desejamos criar e legar para os que virão na esteira da nossas vidas que aceleradamente passam?...
O que nos paralisam?
Carregamos , ainda, a milenar cultura da culpa e do ressentimento... E, assim, nos mergulhamos nos mist´rios da nossa própria escuridão, sem buscar um novo clarão, um lume, um farol..
Paralisar-sena culpa é cristalizar nossa onipotência...
Paralisar-se no ressentimento é divinizar nosso narcisismo...
Para além da culpa e do ressentimento, podemos agir, transformando a vida...
Basta a humilde e dizer,verdadeiramente: não sou Deus, mas que brilhe em mim a luz que produz a vida, o amor, a suavidade e a paz...
Seguiremos, então, mais felizes...
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
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