Jorge Bichuetti
A morte do ego parece uma vã loucura para o mundo dos nossos dias...
De fato, um mundo individualista, egocêntrico, competitivo, narcisista e excludente, se centra no poder e na dominação do ego.
Então, nada mais natural do que se penar em reforço egóico, estabilização do ego e domínio do ego como negociador entre o socius introjetado( superego) e as pulsões desejantes (id).
Há uma idolatria do ego...
O ego, todavia, tem esta funcionalidade privilegiada na subjetividade capitalista e edípica...
Não é voz da natureza...
Nem sempre e nem todos pensam , assim...
Jesus afirmava: negue-se a si mesmo...
Segundo o estudo de rosa de Luxemburgo sobre o cristianismo primitivo, neste momento, não se pensava norteado pelo paradigma do martírio, culpa e ressentimento...
A negação era expansão via solidariedade, amor, compaixão, fraternidade e partilha...
No Bhagavad Gita, é inegável a centralidade da morte do ego...O ego é o limitante do cósmico... O ego finito é um empecilho à paz... e da sabedoria.
Muitos crêem que Nietzsche, era um individualista contumaz... Suas ideias de vontade de potência, posição de desejo, o super-homem e o eterno retorno; não me parecem justas pensadas fora do contexto que ele trabalhava: de valorização da impermanência, de nítido apreço à diferença , ao acontecimento e ao devir... Inclusive, vendo que sempre já retornava com uma diferença, e não na mesmice.
No estudo sobre crise, ele pensava no homem acorrentado, libertando-se, através da sua própria reinvenção.
O ego, para a esquizoanálise, é uma pedra no caminho... Um obstáculo para a produção desejante,para as linhas de fuga e ara o devir... Para a potência da diferença... e para a própria individuação...
Assim, percebemos, nas doenças mentais, não uma falência do ego, mas um fracasso e uma agonia do modelo de funcionamento baseado na identidade, na estabilidade permanência, enfim, no modelo egóico.
Para que a morte do ego? qual o seu sentido?
Para um afirmação da vida... Da vida singularizante e de multiplicidades... De impermanência e produção do novo... da mudança... do homem que experimenta e vivendo-se, ramifica, transmuta, metamorfoseia...
Um novo jeito de viver... Onde o homem não é... ele se inventa e se reinventa na própria caminhada.
Um novo jeito de vier: o fim do individualismo... O território da individuação.
Um homem novo: amoroso, solidário, generoso, terno e suave...
Um homem do devir...
Um homem aberto e corporificado no por-vir...
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
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11 comentários:
Olá li muito no seu blog e vi os bélissimos poemas aqui postados.
Gostaria de voltar maid vezes aqui.
Pois suas postegens é escritas com a Alma.
beijos,Evanir.
www.fonte-amor.zip.net
http://aviagem1.blogspot.com/
Sei não Jorgito, mas a falsa moral das religiões e ideologias sempre combatem o melhor do Homem, seus instintos, e Nietzsche centrou seu trabalho nisto.
Vc sabe que o Homem tem milhões de anos e não vai ser seu semelhante que vai mudar isso.
Messianismo , na prática, só deu maus resultados: devir, porvir, utopias, etc : essas coisas que que incluem os outros em sistemas ou receitas, criadas por um humano para seu semelhante. O pior é que esse semelhante não pediu nada. Eu mesmo não quero ser incluído em utopia de ninguém.Sei muito bem o que isso já provocou no século passado.
A maioria das pessoas, mais de 90% ou até mais, são generosas , bondosas, sonhadoras, conquistadoras, etc, em seus instintos. Isto é a alma humana.
Ou voce vai com Nietzsche ou vai com ideologias e religiões e suas falsas moral.
Qual vc escolhe?
Evanir, que legal seu carinho e atenção... Visitarei o seu blog, agora mesmo...
Vamos construindo uma rede de poesias e encantamentos... Uma fonte de vida e alegria, diluindo as cinzas nuvens da slolidão...
Abraçs Jorge
Querido amigo, me parece que não consigo clarear meus pensaments, são confusos mesmos... Porém, a ideia deleuzeana e guattariana é todo o avesso d que você sente lendo-me...
Uma quebra das estruturas e sistemas e invenão heterodoxa, através de roubos, são instiuintes e revolucionários, sim, mas, fora do moralismo e das seitas...
Já a leitura deles de Nietzsche...
como a de foucault, é uma ; nunca a pretenderam a verdadeira...
Ousam, acenam e acendem o fogo da produção desejante... Da singularidade e do acontecimento...
Mee encanta, porém, já não sinto quadriculado por um só pensamento... Componho... ecleticamente... um pensar e viver...
E, deste modo, sigo, andarillho...
abraços com carinho, Jorge
Querido amigo, me parece que não consigo clarear meus pensaments, são confusos mesmos... Porém, a ideia deleuzeana e guattariana é todo o avesso d que você sente lendo-me...
Uma quebra das estruturas e sistemas e invenão heterodoxa, através de roubos, são instiuintes e revolucionários, sim, mas, fora do moralismo e das seitas...
Já a leitura deles de Nietzsche...
como a de foucault, é uma ; nunca a pretenderam a verdadeira...
Ousam, acenam e acendem o fogo da produção desejante... Da singularidade e do acontecimento...
Mee encanta, porém, já não sinto quadriculado por um só pensamento... Componho... ecleticamente... um pensar e viver...
E, deste modo, sigo, andarillho...
abraços com carinho, Jorge
Jorge
Tanto pra dizer sobre este teu texto... Mas vou ficar com:
"Um novo jeito de viver... Onde o homem não é... ele se inventa e se reinventa na própria caminhada."
Que é tbm um novo jeito de ser, de ensinar, de aprender e como isso é difícil das pessoas entenderem!!!!
Trabalho como professora pesquisadora/formadora na EaD que, necessariamente, precisa trabalhar em grupos colaborativos de ensino, uma vez que temos 17 ou mais polos e em torno de mil alunos, para manter a coerência e unicidade do ensino e da avaliação.
O nosso grupo tem 3 professores pesquisadores e 8 professores tutores e desenvolver um trabalho colaborativo e reinventar o ensino é algo que eles acham difícil de enxergar!! Desafios :-)
Beijos e vou ficar mastigando este teu texto. :-)
Anne
Anne, não consigo ver saída para as construções coletivas , se não rasgarmos um pouco dos egos que atrofiam o devir coletivo, as escutas e as trocas, a vida como invenção...
Tenho trabalhado com coletivos , também... ora, voamos; ora nos atropelamos no chão. sempre um desafio; deixar os és e indroduzir es... Ramificações potentes e ternas.
Um grande abraços, Jorge
Jorge
As vezes tenho vontade de jogar tudo pro alto e vender sanduiche na praia!!!
bjos
Anne
Jorgito, concordo em muito com vc quanto á questão do ego. É uma questão que vem desde Buda há 2500 anos.
Como vivemos em sociedade, devemos observar o nosso ego para que ele não nos prejudique ou a terceiros.
O Homem não é conservador e muda dia a dia. Se não fosse , não teria inventado a roda.
Assim, como a maioria das pessoas são boas, eu acredito que a melhoria do ego se faça naturalmente, sem saltos, todos os dias.
Abraços
Anne, meu grande sonho que minha mãe, penso, que sabiamente, me inibiu, era de morar na beira do rio... Um dia, velhinha, na minha casa, às 3 da manhã, acordando na madrugada, abrimos uma cerveja e ela me disse: Filho, voc~e tem seu destino... ama e sofre... com ele... seus livros, sua palavra é sua vida; você não sabe viver sem isso...
Hoje, ainda, sonho... Uma casa, um rio, meus passarinhos... Mas, também, penso : essa droga que cansa, me maltrata é minha lida, meu ofício...
assim, sigo: sem rio, com o meu quintal, num blog estranho porque é um mistura da vida de um intelectual com meus sonho virginal... Lua é pura... Pura paixão, me ama, e não confessa outro desejo ou razão...
Anne, te quero muito, a você, eu confesso que mesmo sendo tão pródigo na defesa do devir, há um texto O Devir Macunaíma... que guardo na gaveta, por não me crer autorizado a dizer o que não tenho me permitido viver...
Abraços de irmão, na poesia e nos sonhos...
Jorge
Amigo anônimo, o ego melhorado já não é mais o ego...
falamos de amplitude, impermanência e mutação... Forças ativas Nietzschianas... Uma afirmação produtiva da vida pela vida, sem um ou outro senão...
Abraços, Jorge...
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