Jorge Bichuetti
Vivemos. Sobrevivemos... Nossa vida se arrasta, vegetativa e indelével, e nunca perguntamos a razão de ir ou vir, ou de, no nada, se perder...
Qual o sentido da vida?
Tem, ela, cor ou razão?.. qual o gosto da lágrima e o sabor de um riso que se esvazia, logo, sem que vida lhe dê motivos de perdurar e se multiplicar numa perene felicidade, numa vida de paixão.
Vivemos e sobrevivemos, muitas vezes, por pura covardia e uma produnda apatia que é, simplesmente, um sintoma da nossa crônica desilusão.
A vida pulsa, brilha e convida...
A vida canta, dança e seduz..
Porém, a vida sem sonhos não vale nenhum vintém...
Os sonhos são só sonhos, contudo, eles invertem o verso e o avesso, dando sentido e direção a uma vida pedida no meio da escuridão.
Os sonhos podem...
Onde falha a medicina, se esgota toda ciência e se dilui a própria fé, os sonhos podem...
Ressuscitam a esperança...
Renovam o bom ânimo...
Fortalecem a luta e tão sentido a caminhada que nos revela, aos poucos, o sentido e a alma da nossa própria jornada.
O agora é insupotável... Feito de fel e de lama...
Os sonhos são o por-vir, cheios de flores e estrelas, que bailam na sinfonia dos singelos e nobres pardais.
O sonho é uma fantasia que descortina, no hoje, as cores da alvorada, que são ocultas virtualidades negadas pela razão.
O sonho pode... onde a mão do homem paralisa e se contrai num apego maldito aos destinos da história , descritos num mapa zoodíaco, encomendado pelo ontem que se deseja perpétuo e dono da eternidade.
Sonhemos... se não queremos ser tragados pela morte.
Sonhemos... se não desejamos ser, tão-somente, uma poeira na memória dos que caminhando hão de ver o terno e meigo nascer de uma nova aurora.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Amem! Viva os que sonha.
bjos
Anne
Anne, a linda poetiza dos ventos e da vida florescente: nós somos, pela poesia, os guardiões dos sonhos...
Abraços, Jorge
Quantas e quantas vezes, fitando meus olhos no horizonte ao mesmo tempo em que meus pés sentem a tremura da terra, convoco meu íntimo a reverberar sobre a intensidade de minha existência.
Será que vivo com a potência para sentir realmente o que é a vida, pois também sinto sua pulsação frenética me convidando para voar, bailar, saltar, migrar, amar...mas, no entanto, quantas e quantas vezes, sou apenas engolida pelo cinzento cotidiano que encarde o brilho da alegria de se estar vivo!
Não sei o que virá amanhã...em partes, gosto disso...ser surpreendida e surpreender...mas por outro lado, sei que exatamente como a vida vibra a morte também pode vibrar...e acabar com essa sensação boa de frescor das primeiras horas matinais.
Por isso....movo-me, procuro ir sem medo, ousando devagar, como quem pisa cautelosamente no lodo das pedras, mas sem deixar de ir rumo à cachoeira!
Não Posso Adiar o Amor
António Ramos Rosa
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
Josie: combinas as regras da boa caminhada... Uma intensa ousadia, uma estrema prudência.
Tua vida pulsa com o canto dos passarinhos e segues com os pés, serpenteando um caminho tapetado de flores, na maciez das nuvens, rodopiando no ar... alto, junto das estrelas e dos luares como quem sabe que a vida pulsa e vibra com os acordes da música da imensidão...
Igualmente, segues... entre as pedras de um rochedo e os espinhos que cairam e perdidos , grudaram no chão...
Dois caminhos numa vida; duas vida num só caminho: és a filha das alvoradas que andas pelas veredas, guiada pela magia... pela magia dos sonhos.
Assim, segues com a bênção de quem ama, luta eeeee abre, na vida e noinfinito, as portas do porvir..
Abraços com imensa ternura, Jorge
Maria Alice, que chega, de mansinho, e trás um belo poema: meu coração se acalma e sereno, crê e se anima na caminhada de lutas por uma utopia ativa...
Assim, sigo...
E lhe agradeço...
Fada de inspiração sublime, sempre com a mão de Deus na sustentação do trabalho e dos sonhos dos que andam, errantes, buscando o clarão de umnovo amanhecer....
Abraços com carinho, Jorge
Postar um comentário