Jorge Bichuetti
No cerrado,
o fogão-de-lenha
tece gostossuras,
aquece a aridez
dos caminhos íngremes da luta,
onde, entre as flores e os pássaros,
a relva e o cascalho
contam dores,
da nossa natureza aviltada... vive-se,
entre batalhas,
na saudade das gabirobas
que nos lembram o tempo antigo
da vida nas cachoeiras:
poesia na avidez
das noites enluaradas...
Éramos um na multidão passarinheira
nas cores das flores
que vento fazia dança;
a gente... namorava
o horizonte na chuva;
quietos, poéticos, seresteiros...
nascentes de u' nova mineiridade...
agora, com o corte
das frondosas árvores e arbustos, degustamos
no café quente as
nossas recordações
de um tempo-cerrado.
Nele, cidadania
era a flor da amizade...
LUA NO SERTÃO
Jorge Bichuetti
Lua cheia: magia da paixão
no sonho menino, acordes de acordeón...
Campo de beleza singular
na festeira vida de nunca perder
nossa rezadeira esperança que era
u'a fogueira, u'a ciranda... u'a inocência
vital, num tempo em que amar era
a simplicidade dos vagalumes
incendiando corpos na arte
de fecundar as vidas já em si entrelaçadas...
2 comentários:
Lindo... lembrou-me o "Norte de Minas" e este maravilhoso cerrado do qual faço parte. Salve Jorge!
Obrigado pelo carinho: sertão, cerrado - terras agrestes na dor da exclusão; lisas no sonho de sendo encruzilhadas, srem terra abertas aluta entre o ontem e o porvir. abs ternos com imenso carinho, jorge
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