Jorge Bichuetti
Não pensem que irei tomar o tempo que deveria ser de ócio e de luar...
A Lua, me diz que ainda é cedo, para os festejos da noite e os mistérios da vadiagem...
Sábia Lua!... Eu é que não sei de nada...
Quem eu sou?... Esta pergunta me assusta, não que tenha dificuldade de me auto-retratar..
Acho-a menor, ante a vida de fome e de miséria, de violência doméstica e de guerras que se avolumam, aterrorizantes.
Nada sou perto da fome , da falta de teto e de carinho; nada... sou junto aos que sepultam seus filhos, tão amados, que morrem; enquanto, os sábios, escrevem anestesiados suas teorias da vida, da vida fotografada num livro de filosofia.
Se estudo e amo a filosofia, é somente pela sua potência de nos ajudar a amar e con-viver, a ser no partilhar...
Eu? nada sou... E não quero nenhum valor....
Os eus que habitam o homem são possibilidades de vida , para além dos limites, que nos impedem de ser a multiplicidade que cava e liberta, no próprio caminho, um milhão de vidas , enclausuradas e perdidas, dentro do próprio coração.
Somos muitos... um milhão...
Entre tantos o que me preocupa e me rouba o sossego, é descobrir o nós...
Meu... Minha.. Tua ... Sua... Eis o me que afugenta dese mundo mesquinho e narcisico, que acaba devindo-se fascista por nunca pensar no outro, no outro na multidão..
Entre nós... há uma vida potente e primaveril, florida com rosas belas e encantadas com o som da sinfonia , esquecida, do canto dos passarinho, livres, altivos, enamorados do céu.
Há esterelas no infinito; há vida na imensidão...
Há matas, riachos e mares... Montanhas e caatingas, dunas e roseirais...
Há um pé de Jasmim... Um coqueiro, um bananal...dão...
Quem sou eu?
Não tenho porque responder... Sou o amigo anônimo das lágrimas esquecidas; sou o sonho, adormecido, pelos que evitam o porvir..
Isto, sou... e me orgulho; embora, tenha como você a vergonha de não ser o que deveria ser e viver..
Os ismos me cansam... quando não me falam do que fazem pela vida e pelo homem...
Descreio de qualquer ismo que não enxuga uma lágrima, nem faça a vida sorrir...
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
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5 comentários:
Jorge, se alguém me perguntar de você, direi: Ecce Homo. Não é superstimação nem cobrança de promessa nem lambeção. É que vc é nobre, é distinto, é guerreiro, é poeta, curador, acolhedor, vibrante.
Para tornar-te o que tu és, a primeira condição é não ter dúvida do que se é. E vc não tem dúvidas do que. Leio isso nas suas linhas e, principalmente, nas entrelinhas.
Estupendos seus poemas hoje.
beijo
M
Marta, eu sou... meus amigos que como se eu fosse um cavalo se apossam de mim...
Creio nos meus amores: você, Che, Rosa, Marx e Trotsky, Deleuze-Foucault e Guattari...
Creio...
Creio na justiça e na esperança...
Na liberdade...
Na vida...
Creio na Universidade Popular, que espero,amanhã, refletir as conversações do dia de hoje e , assim, inclusive, ser, remontada como um projeto nacional... virtual e corpo a corpo...
Não desanimo, porém, .às vezes, choro...
Quero a vida vibrante e por ela lutarei... sem pressa, sem cobranças...
Me dói, amiga, as alianças ( inocentes ou espúrias), todas elas me doem do homem se arvorando em baluarte da exploração e da opressão...
Desculpa-me, o desabafo...
¡Dale ! Venceremos,
meu carinho, meu amor e minha inteira gratidão.
Jorge
É isso aí Jorge, virtualiza essa universidade. Manda ver com os amigos, parceiros, colaboradores. Se precisar, talvez possa ajudar um pouco. Estou metida nisso de educação e tecnologia. Não sou uma expert, mas tô por dentro do que rola.
Mas eu vim aqui no blog pra escrever uma coisa a partir de um papo que li entre vc e a Anne ciomentando um poema de hoje: solidão e amor. Tomei banho, chá, deitei e fiquei batucando. Paradoxo? Talvez. Mas, pode ser tb que solidão seja condição para amor. Solidão-dualidão-multidão. Saltos (piruetas) da imanência amorosa.
Agora, dormir, cabeça vazia.
bejin
M
Obrigada por me botar na lista de pessoas tão nobres. Pôxa. Não mereço mesmo. Mas fico feliz demais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
tchiau
M
Marta, esperamos contar muito com sua ajuda neste sonho - universidade - popular, cada dia mais vivo e mais fértil... Com os diálogos , criando meios, caminhos e utopias maravilhosas...
Torná-la parte presencial e esta, também. errante;
outra parte, virtual...
Cola-la na agenda das lutas, dos acontecimentos e da história de um povo oprimido e sonhador...
Puros delírios.... Mas como são belos, já não quero a lucides...
Guerreira Marta, minha amiga, um farol...A vejo onde está: junto do povo nômade pelas ruas e praças, prais e museus, bares e cachoeiras.... e, também, lá, onde moram, brilham, pulsam as estrelas e os luares... Uzina-Marta- Rosa- Pagu... outras Maria, Maria.... no amor e na filosofia, na arte e no guerrear... um devir mulher serpenteando as ondas do alvoreceer...
Abraços com carinho e imensa ternura, Jorge
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