Desencontro
Paulo Cecílio
Você virou a esquina
e ,por um segundo, não te vi.
Procuro na lama
as marcas do seu sapato,
agacho e cheiro o pó.
Acabo de sair,
o telefone toca, mas não há tempo,
no ponto de táxi,
me dizem que acabastes de sair.
Preciso te dizer algo :
teus ouvidos conhecem minhas palavras.
o tempo é curto, há um atalho,
então, corro e me arranho todo,
sinto teu perfume levado ao vento...
Não posso falhar,
mastigo bombas,
solto rojões laranja,
viro equilibrista...
Desafio a morte sobre abismos,
salto de asa delta,
viro albatroz e
finalmente me surpreendo, diante de ti,
então, descubro que me percebias
o tempo todo, e que me eu enganara,
não querias ser encontrada...
Eu delirava...
CORES CEGAS
Paulo Cecílio
COM SEUS OLHOS VIRGENS,
O CEGO SONHANDO,
VÊ TODAS AS CORES,
QUE JAMAIS VEREMOS.
2 comentários:
Jorge, existe uma lenda, de que o filme nunca supera o texto. Está categoricamente desmentida pela interpretação boreal, fantástica, inspirada, que voce deu para "cores cegas". BELÍSSIMA!!! OBRIGADO.
PAULO
Paulo, nada é coincidência, somos parceiros dos sonhos e das utopias que pintam a vida com o belo do alvorecer.
ABraços, Jorge
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