quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DESTERRITORIALIZAÇÕES, SINGULARIDADE E DEVIR

                                                                                       JORGE BICHUETTI

Vivemos. Existimos. Caminhamos... Vamos pela vida e pela estrada, organizando e organizados por territórios existenciais que funcionam como referências da nossa subjetividade. São o nosso chão...
Estes territórios tendem a nos mover, funcionando como leme, farol, trilhos, por isso, geram uma tendência à estruturação da vida social e psíquica.
Agem, facilitando um funcionamento repetitivo.
A desterritorialização ocorre quando apagamos ou anulamos , momentaneamente, estes territórios de referência, este chão...
Libera-se, então, o funcionamento inventivo, o novo e a criatividade. Os processos ganham velocidade e rompem com a submissão espacial e temporal.... Os espaços de vida se alisam....
As desterritorializações ocorrem nos estados alterados de consciência, mas, também, em qualquer circunstância disruptiva... A visita num país cuja língua desconhecemos... Uma música de linha melódica estranha aos nossos costumes musicais... A leitura de um livro... A quebra da rotina... As experimentações vitais genuinamente novas..
Esta desterritorialização alisa, apaga os estriamentos que mantém nossos bloqueios, nossos complexos, nossas limitações e nossas repetições... Assim, podemos explorar a nossa singularidade e sermos possuídos de devires inovadores...
O novo pede espaço de vida...
Na desterritorialização química acontece um altíssimo grau de intensidades e velocidades que sendo possível atualizarem-se num plano de consistência, de vida, passam a exigir um retorno compulsivo às desterritorializações mágicas.
Podemos facilmente nos desterritorializar...A questão é o gerenciamento da vida singularizada e de devires que podemos acessar nestes processos...
Busquemos ativamente mudar nossas vidas... Quebremos a rotina... Experimentemos o novo...
Não deixemos, contudo, de nos reterritorializar, criando uma plano de consistência para o novo, para a singularidade e devires... Eles nascem do vôo, mas não sobrevivem sem chão...











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