JORGE BICHUETTI
Todos nós sofremos de mal que perdura, o modo de viver instituído pelo capitalismo... Chamemos de subjetividade capitalística, de individualismo burguês ou solidão po´s-moderna, é sempre a mesma dor. Dor cruenta, que sangra e se abre em feridas... Somos frutos do desencantamento do mundo, condenados à aridez deste deserto de realidade matemáticas e somos filhos da racionalidade técnico-instrumental. acorrentados á uma vida utilitarista e mercantil...
Somos tão pequenos e tão enlouquecidos pelo poder... Edípicos, triangulamos, competimos e nos movemos pelo vazio da falta e pela oco da castração... Somos narcisistas...
Individualistas, consumistas e mercantis seguimos amputados e não nos conectamos com as potências da vida e do sonho...
Assim, vulneráveis, adoecemos... De pânico, depressão, ansiedade, fobias , dependência química, psicose... E mais: fibromialgia, alergias, hipertensão, diabetes, enfarte, esclerose...
Com a corda no pescoço, perguntamos agoniados: há saída?
Podemos... Podemos quebrar nosso familialismo e nosso narcisismo, e tecer redes sociais...
Vivenciar a superação do funcionamento simbíotico-dependente e ativar, vitalizar, diversificar, potencializar, dinamizar o funcionamento de uma rede social, que explore a nossa multiplicidade e a própria multiplicidade da vida...
Com a finalidade de perceber a quantas anda nossa rede social, faremos aqui alguma questões:
- com que frequência vejo meus amigos?
- conheço meus vizinhos?
- participo de grupos e coletivos que trabalham as ideias políticas que comungo, a fé que me sustenta, as causa que julgo dignas e nobres?
- qual a natureza dos meus vínculos? Superficiais ou fortes e cúmplices?
-finalmente, se eu desaparece hoje da face da Terra, quantas pessoas e coletivos sentiriam a minha ausência?
A economia solidário e uma rede social que revela a capacidade de reversão da nossa vulnerabilidade e impotência...
Consiste em grupos conectados que produzem, circulam e realizam sua produção com base na solidariedade.
Não se produz, visando lucro; nem se comercializa objetivando extrair vantagens..
O trabalho e a vida comunitária geram bens num universo de trocas onde o homem não explora um sobre-trabalho do outro, nem a necessidade de consumo e as redes se sustentam na potência da vida partilhada.
Como vemos, a formatação da subjetividade capitalística e do individualismo burguês é uma deformação: vulnerabiliza e isola o homem, e o o produz cheio de desabilidades.
Portanto, redes sociais e economia solidária é, também, um trabalho de reabilitação social, para todos nós...
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