ANO NOVO : que seja novo!
jorge bichuetti
Um novo ano!
Sonhos, projetos... Medos, inseguranças...
Todo ano nasce desafio: dele algo fazemos.
Já o fizemos morte: guerras, fomes, doenças...
Também, já o fizemos viagem tresloucada de vapores alucinógenos: festas, alucinações, alienações... E depois, só ressaca.
Um novo ano? Será que o queremos realmente novo?
Um ano do século que ainda se espera deleuzeano...
Que faremos?
Acho que já decidi. Farei um barco, um templo e um ninho.
Quero um barco pequeno que circule os mares, calmo e silencioso, entre sereias e estrelas cadentes... Um belo barco.
... Mas para que serve um barquinho?
Não para muito, se muito é o que os homens colhem nas suas engenhocas de dominação, ele será apenas um pequeno convite: navegar é preciso e os que navegam aprendem a cohabitar no próprio infinito. Aí, sem terra, sem raiz, quem sabe eu descobra que o outro seja quem for é sempre, por origem e destinação, o meu querido e terno irmão.
Meu templo será num campo florido e terá por tetto o céu estrelado. Sem bancos, sem altares. De uma pureza que só se vê no olhar de uma criança.
Sei que, também, é bem pouco, mas que asssim talvez os homens permitam a deus morar na Terra e assim nimguém mais terá que pulsar suas labutas sem benção da esperança.
Um Ninho? Pode ser capricho de gente grande que não suporta a perda da infância. Mas eu farei um ninho... O que pode um ninho? Um Ninho há de dimimuir os espaços entre nós e assim, tenho fé, que talvez possamos descobrir que amar é...
Acolher
Agasalhar
Acariciar
Alimentar
Abraçar
Enfim, abrasar-se de cuidado para que nenhum coração sinta o frio que domina nossos dias que os livros e os eruditos chamam de solidão. Jorge bichuetti
2 comentários:
Querido Jorge,
Sim, precisamos agenciar modos de diminuir os espaços entre nós, entre nós que sentimos a presença terna e amorosa de amigos, irmãos, companheiros, perto-longe. Façamos algo, façamos esse ninho acolhedor, para onde possamos voar de volta, alimentar o corpo e a alma. Estou feliz em poder compartilhar palavras e sentimentos, com a esperança de que isso se materialize em encontros alegres, fraternos e inspiradores. Um abraço carinhoso, Samara.
Deleuze dezia da sociedade de amigos.
O mundo fla de solidão...
Eu? me sinto menos só por você existir...
Que os bons encontros nos reunam, nos fermentem, nos faça viver a vida que é vida por ser vida partilhada.
jorge
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