domingo, 26 de setembro de 2010

OUSADIA E PRUDÊNCIA: É PRECISO SABER VIVER...

                                                                                       JORGE BICHUETTI

Existe uma receita milagrosa para se alcançar a felicidade e paz? Como levar a vida e levâ-la com harmonia e sossego?
Todos gostaríamos de um manual que nos evitassem os erros, os equívocos, as escolhas idiotas e os caminhos tempestuosos...
Contudo, viver é aprender, experimentando e descobrindo no balanço dos risos e das lágrimas o valor e o peso de cada ato.
Sejamos misericordiosos conosco mesmo e nos aceitemos obras inacabadas: estamos em construção!...
O que nos leva a nos responsabizar pelo rumo do nosso destino.
Nosso destino não mora nas estrelas, nas linhas de nossas mãos, nem nas conchas dos búzios...
Construimos, somos nosso próprio arquiteto.
E nada aprendemos verdareiramente fora das experimentações que nos permite devir-se corpo-"sapiência".
Para experimentar e se experimentar, sem covardia dos medrosos e a inconsequ~encia dos desatinados, parece oportuno aliar ousadia  com prudência.
E na verificação de como anda nossas vidas, do que temos feito de nós, observemos...
Nos permitimos ver o sol se pôr e nele asserenar nossso ânimo, ou gastamos todo nosso tempo na correria da acumulação de valores materiais que a finitude nos pedirá de volta no eterno quimismo do tempo que não para e não parando, voa sem que possamos dominar os minutos?
Quantas vezes rompemos nossa rotina e nos abrimos para novas experiências?
Conhecemos gente nova ou simplesmente parasitamos os nossos velhos conhecidos?
Escutamos  novas canções, lemos novos livros, vivemos novas experiências ou repetimos o velho scripit precodificado do nosso dia-a-dia, montado muitas vezes sem escutar nossos desejos e sonhos e que foi feito valorizando apenas o que socialmente normatizado?
Observemos o tempo. Como o consumimos? Qual a lógica deste consumo?
Muitas vezes, não percebemos no tempo uma infinidade de oportunidades de experimentações e vivências, e o consumimos sendo por ele consumido.
Ver o sol nascer, escutar os pardais na sua sinfonia matinal, visitar um amigo, conversar com a criança que na rua perumbula nos territórios de ninguém, colher uma flor e dá-la a um amigo, degustar um doce saboroso com a leveza de um menino idolatrando suas guloseimas, andar sem rumo somente sentindo o frescor do vento, mirar o céu estrelado e conversar com Deus/infinito sem palavras, sorrir por sorrrir num ato de multiplicação da alegria ainda que esta seja uma sonhada virtualidade, ou ainda, deitar numa rede e nada fazer, simplesmente saboreando a vida que plena nos afeta e nos convoca ao viver.
Tanto... Tantas coisas... Inumeráveis...
Igualmente, qualquer um de nós, inumeraríamos infinitas coisas desnecessárias que nos aborrecem, e mesmo assim seguimos fazendo-as, por pura submissão à nossa aborrecida rotina.
Cristo, um grande homem, quando chamado a avaliar o peso de uma vida, perguntar: Que fazeis de especial?
Que fazemos de especial?
A folha da árvore que rodopia no vento é um bailado especial que diz da suavidade, rompendo distância e gerando fuidez é especial.
E o homem que carrega a cruz da sua labuta com a alegria de um samba em que canta a beleza di dia é especial...
Em que somos especiais?
A honestidade nos levaria a afirmar que nos falta ousadia e prudência para ser um ser especial, mas que o que nos impede é a nossa dolorosa e tediosa adesão aos mecanismos dominantes de acomodação.
A semente paciente no seu trabalho de na obscuridade gerar uma nova vida é espeial

2 comentários:

Anônimo disse...

Dr. Jorge o sr. escreve muito bem, lindo.
Mas faz parecer tudo tão fácil.
E eu não acho que é assim.
Perder um grande amor aos 23 anos.
Descobrir um ciúme
vulcânico, dos filhos que agora casados, praticamente lhe abandonam.
De repente descobri que não sei quem sou eu.Estou frágil, idiota,não sei meu lugar.Fiquei mesquinha por vingança.Casei muito mal, mal, mal.
Melhor parar por aqui.Meu coração está em cacos. De

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

amiga do coração, não te cres infeliz; vives um momento duro de reinvenção dos dias e da vida. Os filhos consomem o tempo e as energias de uma mãe, depois, chega a hora deles construirem a própria vida. Fica um vazio... Um vazio terrível. Este vazio contudo é passageiro e fértil: te permitirás ou melhor te mobilizarás no caminho da descoberta dos teus próprios sonhos.
Caminharás e se descobrirás com novos trilhos do territ´rio do destino. Por exemplo, ja notaste que és uma excelente poetiza.
isso e muito mais aprecerá... Confia e persiste... O tempo surge miraculoso com o explendor de um novo amanhecer. abraços jorge