domingo, 6 de janeiro de 2013

DIÁRIO DE BORDO:EXISTIR, VIVENDO...

                                      Jorge Bichuetti

Saudades!!! Quanta palavra sentida, porém, contida nos solavancos do caminho... Lágrimas, risos que ecoaram no vazio da solidão e não deixaram notícias... Aqui, só os passarinhos e Luinha... Escutam versos; cantam sambas do morro... Eu querendo a vida ( e como a quero); mas, chegando sempre algumas braçadas atrás... Ele corre, dança.... rodopia.... Anda pelos campos, salta entre estrelas... Busco-a com sede de menino sedento...
Não sei se ela desatinou e veloz se fez fugidia; ou se sou eu cujos passos  atravessa o samba, tropeça nas escadarias dos palácios e das igrejas... Meus passos vadiam nos becos; saltita nas trilhas empoeiradas...
Queria poder abraçar a vida e dançar a alegria de existir, caminhando...
Caminho. Sonho...
Viver é lutar...
Os caminhos e os sonhos são o cenário das batalhas epopeicas que afugentam a escuridão e vão, colorindo com lápis de cera e bolas de sabão o horizonte, recriando a própria imensidão...
Eu quero a vida... A paixão vibrante; a ternura acolhedora...
Eu quero a vida... A peraltice travessa; a rebeldia insurgente...
Há tanta dor...
Penso que errei: as dores calaram meu coração quando a vida insistente, carregava-as com as próprias mãos.
Seria bom saber: onde mora a vida?...
Muitos a dissimulam, ofuscando olhares e carinhos com as luzes da fotografia que desenha contornos, ocultando corações...
Outros a gritam, na verborragia narcísica que nem mesmo vê os maltrapilhos do chão...
A morte corta a carne da gente, sussurrando inclemente: ela nada sabe da vida...
Talvez, a vida só possa ser encontrada no trapezismos das crianças; no eco das cachoeiras; no olhar enlouquecidos dos amantes...
Talvez, não... acho que ela também anda no silêncio das pedras; no urro sofrido das tribos indígenas; nos tambores das festas singelas dos quilombolas... no orvalho que beija a rosa sem ciúme das estrelas ali refletidas...
A vida é mãe... Cuida, abraça, reza romarias de esperança e fé...
Aqui, um jovem guerreiro nocauteado por uma bala assassina, acorda o choro da vida...
Ali, um menino na calçada suspira , embalado pelo canto... canto do mundo na voz da vida.
Eu quero a vida...
Onde anda???... Já a tive tantas vezes nos meus braços: juntos, dançamos a valsa noturna, cantamos as cirandas matinais... E, até, gritamos gol...
Miro o infinito e ante a vida que procuro, oro aos homens: não nos roubem a vida que sempre acalenta, dizendo: Paz, Paz...


3 comentários:

Tânia Marques disse...

Saudade imensa de você! Onde está a vida? A vida está em você, do jeito que você a deseja. Eu te amo! Beijos no seu coração!

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Saudade, Tãnia.. meu carinho com sonhos azuis. abraços, jorge

Pintor Zueira disse...

Volte Jorge! Te amamos... Muitooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo....