quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DIÁRIO DE BORDO: NO CAMINHO, ENCONTRAMOS...E NOS ENCONTRAMOS.

                                                Jorge Bichuetti

Chove lá fora... e aqui, não faz frio, pois me aqueço no carinho e na ternura dos amigos...
A Lua anda peralta e me vendo, mais caseiro, já pensa, equivocadamente, que o mundo gira enluarado pelos encantos meigos das suas manhas e artimanhas...
O mundo é um território de estranhos e sedutores paradoxos.
Me encanta viver e explorar na vida a potência do novo.
Existe beleza e valor no real... Mas para mim a maior beleza e maior valor do real é a sua impermanência. É a possibilidade de se atualizar virtualidades que o transforma em um novo real, inusitado.
Gosto do existencialismo de Foucault na sua produção última quando assume o homem como projeto inacabado, uma multidão de tarefas...
Eu quero... " viver e não ter a vergonha de ser feliz"...
Eu quero... sofrer , superando as dores e feridas, na busca do encanto e do encantamento da alegria.
O homem e a vida é ... luta.
Luto, sonhando... e sonho, celebrando, a potência do novo que emerge das linhas de vida que nascem nas entranhas do devir.
Sonho, no entre... Assim , meus sonhos não são só meus.... São ressonâncias da vida e das multiplicidades maquínicas que me agenciam e metabolizam em mim alucinações do porvir.
Luto e caminho, e pego pensando, agora, que a vida e os encontros vivem na vitalidade, na simplicidade bruta e crua dos es, tanto quanto se esgota e agoniza na complexidade domesticada e bem vestida dos és.
Leio, e fico pensando que Deleuze me comtempla quando dizia que já não lhe servia a cultura de estoque, estante, estanque...
Quero pensar... para viver, com mais intensidade, entre  um riso de menino, que ainda carrego, e meus pés e minha pele que sambam na sensualidade tresloucada da vida enluarada, devindo-se magia e poesia na potência dos bons encontros, onde minha velhice se remoça e eu canto..."todo dia, o sol levanta e a gente  canta  o sol de  todo dia."

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