Azuis
GUIDO BILHARINHO
ar e águas
névoas e angús
tias cactos
parábola o verde
sol e lúcido
elementos car
dos e gumes
rios ares
de pedra
ninfas e can
ções areias
a paisagem
Mágoa
GUIDO BILHARINHO
rizonte clava
unha ponta
poente lava
espinho ris co em ris
te água
ventos em fú
ria quilha
infância
de jade e azul
tempo
em prefigurações
flor
por existir
pedra
estar e se construir
ser
GATO
GUIDO BILHARINHO
GUIDO BILHARINHO
espumas aos pés
e névoas
painas pe
los ao dorso
passos e saltos
nervos à pele
raios aos olh
os alvos
IGREJA DE SÃO DOMINGOS
GUIDO BILHARINHO
pátio palmeiras
céu nuvens tardes
igreja de pedras
telhas tijolos coli
sões seixos cacos
pano de fundo na
seios impressões iú
cas dracenas murtas
flores volutas
pedra mudez
topicos ângulos
tempo pó ondu
lações argamassa
anos fumaça ven
tanias açoites raí
zes grionaldas av
es de espigas
terra tapiocanga
árvores de penas
cerrado vértebras
torres pombas sus
surros azuis verd
es alvéolos sombras
muros segmentos
nós pedra pó
barro colina
AGORA, DUAS TROVAS DO LIVRO CANTARES DA POETIZA EVA REIS, UMA VOZ QUE NARRA AS DORES E OS SONHOS COM A ELOQÜENCIA DE QUEM ANDA AO VERSAR PELAS VEIAS DA VIDA:
QUE CHAPÉU EXTRAVAGANTE
DESSA MADAME TRAVESSA!
VIROU MODA DE ELEGANTE
- PÔR CHAPÉU SEM TER CABEÇA.
CHORAR É MEU DESAFIO,
TUAS MÁGOAS NÃO ME CONTE;
QUEM SABE O QUE CHORA O RIO,
QUANDO PASSA PELA PONTE?
Santa Rita de Minha Adoração
Ao dileto amigo Antonio Zeferino dos Santos
Santa Rita! Santa Rita!
como voce remoçou, como ficou bonita
com este vestido cor de rosa
que o Tonico dos Santos lhe deu!
Até parece outra. Está está mais catita,
apagou, com maquilagem cuidada,
as rugas, os pés de galinha
das ruinas. Como voce está mudada,
Minha Santa Rita!
E os seus sapatos esburacados,
do outeiro,
foram remendados
com aplicações verde e amarelas
de gramíne e arbustos,
num tom bem brasileiro!
E o seu toucado velho,
carcomido e limoso,
como ficou formoso,
todo salpicado
de rebôco esbranquiçado!
Quem a viu e quem a vê,
julgará mal,
pensando que voce não é voce.
Mas eu, Santa Rita, não tenho duvidas não:
é voce mesma, tal qual
como era no meus tempos de menino,
quando a voz de seu sino,
corria a missa dominical,
com mamãe e meus irmãos.
Foi voce que me ensinou a rezar.
Fui "coroinha" ao pé de seu altar,
onde recebi, trêmulo de unção,
vetidinho de preto,
com um laço
de fita branca no braço,
e uma grande vela na mão,
minha primeira comunhão.
Frei Raimundo, frei Vicente,
frei Jacinto, onde estão?
Santa Rita, por que esta saudade
não morre, tambem, no coração?
E voce agora resplandecendo
graça e garridice.
Como a invejo, Santa Rita,
igrejinha de meu afeto
e de minha meninice,
vendo-a assim rejuvenecida
e eu começando a sentir
os liquens, os musgos e limos
dos anos
cobrirem de tristeza e desenganos
os outoniços dias de minha vida.
QUINTILIANO JARDIN
2 comentários:
EVA REIS DAS MIL COLINAS,
CARÍSSIMA FIANDEIRA!
ÉS TROVADORA DE MINAS
NOS VERSOS DA VIDA INTEIRA.
(Carlos Fernandes
www.carlosfernandes.prosaeverso.net
www.evareis.blogspot.com)
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Eva Reis nasceu em 1923 e faleceu em 15 de agosto de 2010.
Membro da Academia de Letras do Triângulo
Membro da Academia Municipalista de Letras de Belo Horizonte
Membro da Academia Mineira de Letras
Carlos, que alegria! me envie poesias suas. E também outras produções. . Saudade e carinho, jorge
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