quarta-feira, 14 de julho de 2010

ESQUIZOANÁLISE E POTÊNCIA DE VIDA

                                                                            JORGE BICHUETTI

  Neste momento, quando nos preparamos para o II Congresso Internacional de Esquizoanálise e Esquizodrama, que se realizará em Uberaba, nos dias 10, 11 e 12 de setembro de 2010, refletimos no fluxo dos acontecimentos: Qual é o rosto da esquizoanálise?
A esquizoanálise é uma corrente de pensamento e intervenção que se pauta pela afirmação da vida e que entende a vida e realidade como devir.
E o devir que é a própria essência do real, rompe com a idéia de permanência, imutabilidade, estabilidade e identidade rígida e fixa.
De fato, a potência de vida e da vida que emerge na compreensão esquizoanalítica é marcada pela singularidade, pela multiplidade e pela individuação.
Num mundo de cópias de normalidade, de repetições e identificações, incluse de exclusão do que não enquadra, a esquizoanálise surge revelando a potência da diferença.
Neste contesto, é insurgente, rebelde e imanente ao pensamento e ato de mudança.
Antes toda mudança, era pensada pela idéia de escassez e falta, asssim, se movia pela negatividade.
A esquizoanálise acentua que a mudança se dá no potência da vida que é excesso.
Afirma, assim, seus criadores: a atualização do virtual não se opera pela negatividade nem pelo ressentimento e culpa, se dá pela diferença, pela divergência e pela criatividade.
Nosso mundo é mundo de evitação do novo, e, portanto, valoriza a repetição e exclui a diferença; idolatra a resiliência e marginaliza a resistência; e, por fim, captura a criatividade, quadriculando-a como cultura midíatica.
Como romper com este império de manutenção do status quo?
Deleuze pode desvendar o papel da dramatização; Guattari, da miltância que age mudando já na perspectiva da revolução molecular.
Deriva-se dai o valor do Esquizodrama e dos movimentos sociais minoritários e afirmativos.
Tudo pela vida... Pelo direito à diferença... E por um outro mundo possível e necessário.
Muito semelhante ao conceito de Hebe de Bonafini que disse que revolução se faz, fazendo, se faz, partilhando e se faz dando-se doando-se...
Enfim, afirmando-se a vida e pela vida no novo já...











Nenhum comentário: