JORGE BICHUETTI
Sempre vemos a vida como algo dado...
Culpamos o destino, agradecemos aos céus: afinal, a temos alheia aos nossos atos e intervenções.
A realidade tende a determinar a vida. E a determina quando somos passivos e submissos aos seus processos de manutenção das regularidades e estabilidades do instituído.
Naturalizamos, assim, o modo de existir onde tudo é externamente determinado e a caminanhada , uma repetição de passos robôticos.
No entanto, a vida é mais... Ela é produzida, incessantemente.
E em sua produção podemos assumir uma função reprodutiva passiva, deixando a vida nos levar nos rodopios tristes da exploração, dominação e mistificação que marcam o modo de existir da sociedade capitalista.
Ou, podemos: na dança guerreira de ousadia e insurgência, resistir e reinventá-la vida nova.
A esquizoanálise é um dispositivo de pensar e viver que nos chama para a produção de vida, afirmando-a alegria, solidariedade, generosidade, desejo produtivo, diferença, singularidade, multiplicidade e devir.
Ela nos possibilita a experimentação e produção de novidades insólitas.
Supera o império do nada, a coisificação e o impotência de um sujeito feito para as repetições.
Num mundo de individualismo, competição e consumismo, ela nos mostra que nossa vida se dá rizomaticamente. Conectamos com o outro, com a natureza e com a história e nestas conexões podemos gerar agenciamentos de mudança e nos darmos aos acontecimentos.
Que vida andamos produzindo?
O que estamos fazendo de nós?
Investiguemos e busquemos uma postura ética-estética de produção de vida e libertação.
Para que possamos, então, navegar num oceano de ternura e suavidade.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
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