sábado, 17 de julho de 2010

POESIAS ENLUARADAS

                                                            No caminho
                                                                     jorge bichuetti

Se as pedras e os espinhos,
as pontes caidas e o guarda
que espia, indolente...
Se esta vida e o relógio,
o cartão de ponto e o medo
que espreita, inclemente...
Se não há caminhos,
entre morros e alagados
que fagocitam como serpentes...
Entre parar e esquecer,
resistir e me perder...
Entre o perigo e a sorte,
o arrepio e o suspiro...
Se a vida persiste vida,
inventarei um novo caminho...
Se chão rouba meus pés,
tecerei com meus sonhos
asas e um voar, livre...
E entre estrelas e nuvens
semearei o meu quintal
e, assim, o meu caminho,
louco e  errante destino,
se tornará meu refúgio
e o abrigo onde dormirá
o tempo e o horizonte
que busco com minhas andanças;
o tempo e o horizonte
onde mora os sortilégios
do eterno alvorecer...

                                                               A lua
                                                                     jorge bichuetti

Enciumada, a lua
prateia o meu caminho;
com medo de lobisomem,
vive sempre nos meus pés...
Deitada, sussurra ardente,
pedindo-me fidelidade...
Assim, toda dengosa,
ela me tem do seu lado;
e quando adormece aninha
num canto do meu coração.












                                                              Paixão
                                                                    jorge bichuetti
Fogo ardente, pele fria...
Num arrepio estranho e raro:
mistura desejo e medo,
acorrenta ao chão, meus pés;
e dá asas ao meu coração...


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