Jorge Bichuetti
Tristes, cinzentos... Vemos nossas vidas corroídas pelo tédio e pela angústia.
Todo dia repetimos a mesma rotina aborrecida e desgastante... Robóticos, seguimos... e só paramos para rever o vivido quando inundamos nosso coração num redemoinho de dor. Então, deprimidos, ansiosos, delirantes, panicados queremos uma saída... Um remédio, um milagre... uma ilusão.
Acreditamos vítimas de u'a obscura patologia...
Ou, servos de u'a maldição...
Na realidade, a vida que temos é a vida que produzimos...
Na tempestade das nossas lágrimas, cremo-nos impotentes e incapazes de dar um salto sobre o abismo.
Acostumamos a nos ver passivos, reativos e servis...
Desconhecemos nossa capacidade criativa, inventiva... Vivemos desconectados de nossas potências.
Antes, o hospício nos recolhia e silenciados, agonizávamos num calvário de desvalia e devastação.
Hoje, nos sedam... e vegetativos, balbuciamos feridos.
Urge que aprendamos a cuidar de nós...
Entre mil faculdades que nos permite valentes e ousados na reinvenção da nossa alegria, nos roubaram um dom... uma propriedade curativa do nosso próprio corpo, da nossa própria vida: a arte de sonhar...
É preciso resgatar a nossa capacidade de sonhar e voar sobre abismos...
No abismo, nossos monstros: bloqueios, frustrações, inibições, repetições tediosas...
Sonhar é tecer asas... é voar... é saltar sobre abismos e escalar as pedras do caminho.
No ato de sonhar, despertamos nossos corações adormecidos, hipnotizados... Redescobrimos novos sentidos para o existir.
Sonhar é vencer as barreiras do status quo, da vida negada...
Sonhar é redesenhar nossos caminhos e horizontes, escutando as vozes dos nossos desejos e a própria sinfonia do infinito.
Através dos sonhos, adubamos o território das nossas vidas para a gestação dos nossos eus não-paridos.
Acercamo-nos do novo... Tornamo-nos capazes de gerenciar nossas dores e de tecer redes de amizade, alegrias inéditas... voos na imensidão do que pode um corpo.
O nosso pesadelo é a acomodação, o fatalismo, a nossa submissão...
O sonho é a primavera existencial que insurgente reinstala em nós as floradas da vida em abundância...
Ousemos, sonhar...
Ousemos, mudar a vida e transformar o mundo... semeando no caminho das nossas lutas diárias um chão de estrelas...10/07/2012 - 19:00: grupo de estudos da obra de Juvenal Arduini e sobre dependência química.
Rua Capitão Domingos. 1079. Abadia. Uberaba, MG / Brasil
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