Jorge Bichuetti
Meu corpo é ave peregrina;
voa e entre estrelas, sonha...
lascas de sonhos de menino.
Meu corpo é cruz fincada
no caminho de um povo:
ora, é flor que perfuma;
ora, é espinho que sangra...
Meu corpo é pura saudade...
Saudade dos que partiram;
saudade da vida que nascerá...
Meu corpo é a pena que baila
no redemoinho do vento, nos
clamores da vida
que mora
nas entrelinhas
do horizonte azul...
Meu corpo é... caminho de esperança;
entre lágrimas que inundam a travessia:
um grito pela verdade,
um suspiro... um canto
da vida que resiste
aos fantasmas da agonia...
Meu corpo, no anoitecer, é Ave...
Ave, Maria... clamor dos desvalidos
na poeira dos seguem
os fios da romaria...
AVE, POVO!!!
Jorge Bichuetti
Na rua da minha casa,
na calçada, ele dorme:
faminto e desnudo, só...
Na Igreja da mi'a vila,
ele mendiga um vintém:
teus olhos brilham,
teu corpo treme,
tuas mãos estendidas
esperam a estrela-guia;
sonhando co'a manjedoura
que no passado o acolhia...
Herodes pede sua vida,
esvazia as calçadas e o
deixa crucificado no
calvário do crack...
10/07/2012 - grupo de estudos da universidade popular juvenal arduini
- obras de Juvenla Arduini;
- o cuidado na dependência química...
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