terça-feira, 10 de julho de 2012

SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA DE PAULO CECÍLIO; ARDÊNCIAS VISCERAIS


            PRISÃO
                  Paulo Cecílio

amo 
com a urgência dos aflitos 
deixo nela o espanto 

de minhas hélices partidas


tenho em mim
templos dourados
campos cercados de cães e aço

resta-me o encanto

estou nas prisões geladas
levo borboletas e o calor de meu sangue

aqui estou: 

na cela que guarda anjos tortos
abraço meus vagabundos bêbados
drogados crianças:

sinto suas costelas magras

há um lugar que me aguarda 
pelas cicatrizes ou pelo sorriso doce:
um dia, terei porto e guardarei descanso...


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