Jorge Bichuetti
Já teci sonhos dourados
com fios recolhidos no baú;
viajei pelo infinito... pousei no luar...
Já amei com volúpia e ternura,
numa suave loucura de ser
a eternidade de mãos dadas...
Depois, a quietude sonâmbula
me deixou só... no chão sentado.
Mirando o horizonte com saudade...
Embora, resta-me a fumaça,
com nuvens e paisagens, no sopro
do cigarro... um xícara de café quente
e a velha flor seca... no livro fechado.
ADEUS
Jorge Bichuetti
Não creio
nos fúnebres adeuses
da vida tímida
no terror do amor negado...
Não choro
no lenço branco das despedidas;
guardo-os orvalhados no vento...
pois, no apito do trem, o adeus
soa agônico... nos trinados da volta
que nos enrola no manto cálido
da vida que rodopia no malabarismo
dos fios que tecem o eterno retorno:
música do tempo; magia do vento...
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