Escrevo com a borra de café que, se não fala do futuro, conta-me histórias do passado e, nelas, a vida vivida, o caminho percorrido... amores e paisagens que moram no meu coração. Luinha saltitante é a alegria permanente... Ela seca minhas lágrimas...Vê no hoje a força do eterno retorno... Assim, sua saudade é canto de magia, evocando canções e poesias, amigos e manhãs que afirmam que a vida é o voo do nosso coração, com as asas da luta, buscando na linha do horizonte a vida remoçado no carinho da aurora...
Tudo passa... volta metamorfoseado, com a riqueza formosa das experiências vividas.
Tento madrugar; ela tenta me convencer que que se pode esperar e lutar, sonhando...
Molho, então, meus pés no Rio Grande que o tenho vivo na memória... e canto.
Povôo de canções e poesias... o caminho. Ele é a própria vida, no tricotar dos nossos passos...
No quintal, a suavidade dos álamos bailarinos e das rosas regateiras me ensinam que alegria é desengaiolar-se e voar... Voar, outrando-se... voar, reencontrando-se com os que partiram e com os que irão chegar...
O individualismo da globalização neoliberal turvou nossa visão... Corroeu a força do nós...
Somos tribos... O coração não se intimida com as medições da distância.
Ele é pulsação viva que pede a alegria dos bons encontros...
Nossos passos no caminho podem acorrentados nos aprisionar na solidão e no isolamento; se insurgentes, rompem os os elos da corrente e ganham asas... alados, então, conseguimos criar um rede de amigos, uma tribo... Vida comum na roda-de-samba; na seresta... na prosa no fogão-de-lenha...
Não é normal voar... parece que anda proibido sonhar... Regras da normalidade instituída...
A vida é potência no encontro; alegria no horizonte azul...
As barreiras são todas do nosso ego, que é, tão-somente, a parte de nós que introjetou as restrições e inibições do socius... somos mais...
A tirania exclui a transversalidade que nos permitiria acessar nossos eus não-paridos, nossas potências desconhecidas...
A submissão à rotina nos entristece; nos apequena...
Há um Super-homem na vulnerabilidade humana criativa que nos marca a existência.
Ativar nossas potências; desbravar clareiras na escuridão... desnudar bifurcações nas encruzilhadas é a arte de alijar de si a servidão e dominar o próprio destino...
E, assim, ir pela vida florescendo sem medo de ser feliz...
2 comentários:
Aportei aqui trazida por Neruda. Encontrei Neruda e encontrei mais uma alma poética, sonhadora, idealista.
"Ativar nossas potências; desbravar clareiras na escuridão... desnudar bifurcações nas encruzilhadas é a arte de alijar de si a servidão e dominar o próprio destino..."
Estou tentando. Também busco o voo da poesia.
Abraços.
PAZ e LUZ
hellen, meu carinho; sinta-se junto aos passarinhos, buscando a suavidade dos sonhos azuis... abraços ternos; jorge
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