QUE FAZER?...
jorge bichuetti
Acordei, assustado... Amanhã, começa , de fato, o ano... Termina o carnaval e já não há como adiar, estamos num novo ano.
Aqui, é, assim, adia-se a vida para depois do carnaval...
Lá fora, meus álamos bailam seguindo o compasso do vento, despem-se de suas folhas secas, sem apego...
Os pássaros cantam... O cheiro de terra orvalhada convida-nos à uma verdade radical: sabemos o que queremos fazer do nosso tempo?
Hugo Chávez convoca as forças de esquerda de todo o mundo para a construção da V Internacional, enquanto ainda se comemora onze anos de revolução bolivariana...
Las Madres persistem dizendo que a única batalha que se perde, é aquela que não se luta.
Baremblitt, junto com os esquizoanalistas mais expressivos da América Latina, anunciam para setembro o Congresso Mundial de Esquizoanálise e Esquizodrama.
Löwy tenta acordar a humanidade com a teoria do ecossocialismo...
Muitos caminham...
É nós, que faremos do nosso ano?
Não esperemos a depressão ou o pânico vir a nós, clamamdo por mudanças...
Rotelli afirma que superar a existência-sofrimento exige investir criativamente em todas as linhas da vida...
Somos muitas linhas de vida, quase todas negligenciadas por nosso mundo de repetições e pela nossa subserviência a um jeito de viver com roteiro previamente definido...
Somos trabalho e lazer, sexualidade e cidadania, arte e espiritualidade; somos família e comunidade, somos muitos e temos muitas linhas de vida a serem exploradas...
Reabilitar é plenificar-se com habilidades velhas que estão desativadas e novas que necessitam serem exploradas... Todos temos nossas desabilidades...
... Um ano nos espera... Façamo-lo ano novo: na verdadeira potencialização da nossa capacidade de viver...
Amemos... Ousemos o beijo temido...
Trabalhemos... Reinventemos nosso modo de sobrevier, subtraindo os dissabores e tornando nosso trabalho mais dionisíaco.
Cantemos a poesia de uma vida que se faz obra de arte, e teçamos uma obra de arte que nos faça homem novo...
Cuidemos do planeta, da Mãe-Terra...
Protejamos as matas e os bichos, as flores e pássaros, a Lua e as estrelas...
Evitemos o individualismo, descubramos a força da solidariedade e o valor da generosidade...
Fujamos do consumismo, da competição, do desejo de supremacia... e ternamente, aprendamos a devir-amizade...
Ousemos, não deixemos nossos sonhos empacotados no armário da covardia.
Lutemos... Por um nova Terra, por um Povo Por-vir..
Temos todo o ano, e ele logo passará se continuamos nosso sono de homem-comum...
Afinal, como dizia Gullar: somos muitos homens comuns e podemos formar um muralha com nossos corpos de sonhos e margaridas...
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