SONHOS DE ENCRUZILHADA...
jorge bichuetti
Deleuze afirmava" que os grandes homens possuem poucas coisas".
Temos poucas coisas... e muitos sonhos, e outras tantas indignações.
Não sou um grande homem... Homem comum, num tempo comum: meu café e cigarro, minha Lua, meus pássaros... e quantas canções!...
Vejo a vida e sonho, luto, esperneio: assino a manifesto contra a pena de morte para gays em Uganda ( você já assinou? ), emociono-me com os Tupamaros, hoje MPP, que doaram a maior parte do seus salários e com estas doações se formará um fundo de auxílio aos mais desvalidos ( bem diferente daqui, que as doações são partidarização do fundo público); choro com o Haiti; com os recuos no planejamento de salvação do planeta com o velho Tio San querendo de novo, rogar esmola dos pobres para que estes paguem os danos causados majoritariamente pelo capitalismo dos grandes; sofro com a lentidão da Reforma psiquiátrica Brasileira e com a marginalidade que vivem os projetos vigorosos de economia solidária...
Quero já o fim das guerras; o imposto único, a terra-mãe protegida e partilhada por todos...
Desejo, sofro e deliro...
Delírio é desrazão, nova racionalidade... Histórico-social fala da vida e do mundo. assim, ousarei contar os meus...
Reinvidico da municipalidade o sonho de:
- que cumpra-se a lei, e cada bairro tenho um lar-protegido;
- que se decida por circundar a cidade com um cinturão de mata, cerrado vivo com suas flores e cheiros, suas frutas e pássaros;
- que se decrete que cada bairro obrigatoriamente terá uma quadra destinada ao lazer comunitário, outra para plantação de uma horta coletiva e outra ainda para um pomar de todos;
- que se arborize ruas e praças, e que o cheiro do jasmim e as flores coloridas tirem o cinzento do nosso dia-a-dia;
- que crianças e jovens possam sair do ócio improdutivo e que redes de juventude lhes dêem atividades de arte-esporte-cultura, aliada a oficinas de capacitação profissional e existencial;
- e que se crie núcleos setoriais para cumprimento da Lei Maria da Penha e da Lei dos Direitos Humanos;
- e, mais, que se institua seresta, viola e festa, para que a alegria seja o pão nosso de cada dia...
Um delírio é só um delírio, só ousei partilhá-lo porque vendo a realidade de violência e exclusão, marginalidade e solidão, fome e miséria; já não sei se deliro, quando sonho minhas utopias ou se alucino quando choro, diante das dores da injustiça social e da morte civil instalada no próprio coração da vida...
Lembrete:
2 comentários:
querido Jorge, que alegria seu blog.Daquelas alegrias que tem gosto de futuro:levam a alma/corpo da gente para territórios de lutas, de invenção, de fé.
beijos, e para Lua um cafuné.Vou me deliciar com ses escritos...
patrícia, quem já leu o deleuzear, sabe que este blog é também seu...
pela alegria dionísica;
pela força terna e suave do devir mulher;
pela amizade...
te admiro e a quero parceira neste sonho que teve meu ponta pé, mas que já é devir tribo, nosa tribo: com nossos cantares, nossos passos de festa e nosa oudasia na luta.
Te amo jorge
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