Deleuze: Lições para os que desejam investigar a vida e vivê-la
``Quando a Erva crescer em cima da minha sepultura,
Seja este o sinal para me esquecerem de todo.
A Natureza nunca se recorda, e por isso é bela.
E se tiverem a necessidade doentia de ``interpretar'' a erva verdesobre a minha sepultura,
Digam que eu continuo a verdecer e a ser natural.'' Fernando Pessoa
``Encontrar é achar, é capturar, é roubar, mas não há método para achar, nada além de uma longa preparação. Roubar é o contrário de plagiar, de copiar, de imitar ou de fazer como'' (p.15)
``Quando se trabalha, a solidão é inevitavelmente, absoluta, não se pode fazer escola. Só há trabalho clandestino. Só que é uma solidão extremamente povoada. Não povoada de sonhos, fantasmas ou projetos, mas de encontros. Um encontro é talvez a mesma coisa que um devir ou núpcias. É do fundo dessa solidão que se pode fazer qualquer encontro. Encontra-se pessoas (e ás vezes sem as conhecer nem jamais tê-las visto), mas também movimentos, idéias, acontecimentos, entidades '' (p.14)
``Se não deixam que você fabrique suas questões com elementos vindos de toda parte, de qualquer lugar, se as colocam a você, não tem muito o que dizer. A arte de construir um problema é muito importante, inventa-se um problema, uma posição de problema, antes de se encontrar a solução''. (p.9).
``Há uma sobriedade, uma pobreza e uma ascese fundamentais do E'' (p.71).
``Você gosta da grama, mais do que das árvores e da floresta'' (p.33)
``...a geografia e não a história, o meio e não o começo nem o fim, a grama que está no meio e que brota pelo meio , e não as árvores que tem um cume e raízes. Sempre a grama entre as pedras do conhecimento''. (p.33).
``Tudo isso é rizoma. Pensar, nas coisas entre as coisas, é justamente criar rizomas e não raízes, traçar a linha e não fazer balanço''.
``Nós somos desertos, mas povoados de tribos, de faunas e floras''. ``O deserto, a experimentação sobre si mesmo é nossa única chance para todas as combinações que nos habitam'' (p.19)
``Pensa-se demais em termos de história, pessoal ou universal. Os devires são geografias, orientações, direções, entradas e saídas'' (p.10);
``Os devires não são fenômenos de imitação, nem assimilação, mais de dupla captura, de evolução não paralela, núpcias entre reinos'' (p.10);
``Os devires são o mais imperceptível, são atos que só podem estar contidos em uma vida e expressos em um estilo''(p.11);
``Devir é tornar-se cada vez mais sóbrio, cada vez mais simples, tornar-se cada vez mais deserto e, assim, mais povoado'' (p.39).
PS. Estas citações são do livro Diálogos, de Gilles Deleuze e Claire Parnet
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