quinta-feira, 16 de setembro de 2010

POESIA: O VENTO

                                                                  JORGE BICHUETTI

Havia uma lágrima em mim, a perdi...
Não sei se foi com o vento...
Não sei se virou semente...
Não sei, a perdi de mim e da vida...

Não terá ela grudado no suor
do teu corpo que me redescobriu,
alegre e potente, na carícia de um abraço?

2 comentários:

Samara Dairel Ribeiro disse...

Lágrima do Sul
Milton Nascimento

Reviver
Tudo o que sofreu
Porto de desesperança e lágrima
Dor de solidão
Reza pra teus orixás
Guarda o toque do tambor
Pra saudar tua beleza
Na volta da razão
Pele negra, quente e meiga
Teu corpo e o suor
Para a dança da alegria
E mil asas para voar
Que haverão de vir um dia
E que chegue já, não demore, não
Hora de humanidade, de acordar
Continente e mais
A canção segue a pedir por ti
(a canção segue a pedir por nós)
África, berço de meus pais
Ouço a voz de seu lamento
De multidão
Grade e escravidão
A vergonha dia a dia
E o vento do teu sul
É semente de outra história
Que já se repetiu
A aurora que esperamos
E o homem não sentiu
Que o fim dessa maldade
É o gás que gera o caos
É a marca da loucura
África, em nome de deus
Cala a boca desse mundo
E caminha, até nunca mais
A canção segue a torcer por nós

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Amiga, o som que musica a vida é a voz dos deuses que se presentificam nas horas intensas das encruzilhadas.Se algo dizem, dizem: que tudo passa, ficando para sempre a ternura das flores singelas e a generosidade das sementes amigas. abraços jorge