JORGE BICHUETTI
A solidão parece uma peste que vitmiza a todos, não deixando sobreviventes; escurece o cotidiano e entorpece os sonhos, transforma-nos num bando de angustiados, deprimidos e deixa a vida tediosa e anêmica.
Contudo, nunca estivemos com tanta possibilidade de contato e relações; o mundo global não aproximou o homem do homem, estamos conectados, porém solitários e com um sentimento de profundo abandono.
A solidão emerge do próprio modo de existir dominante: somos individualistas, egocêntricos e narcisistas.
O outro nunca é alguém, objetivamo-los.
Nossa vida gira e caminha , desconhecendo o outro.
Vivemos por nós mesmos: nossos desejos, nossos interesses, nossa famíla, nosso grupo, nossa propiedade, nossos lucros enossas vitórias.
Abolimos até mesmo o nós que nesta versão individualista é apenas o nosso eu hipertrofiado por projeções e identificações, e nunca um estar além de si mesmo para num verdadeiro encontro descobrir no outro o diálogo, a cumplicidade, a generosidade, a ternura e o amor.
A solidariedade é um outro modo de existir, onde a solidão é superada pela inclusão de outras vidas na nossa vida e da nossa própria amplificação num viver que ao englobar o outro, já sonha e caminha num devir humanidade, coletivos fraternos , vínculos de amizade.
Observemos até mesmo a nossa Mãe Gaia tem nos sido mero instrumento que usamos , abusamos e descartamos, não realizando com ela uma união cósmica de afirmação da vida.
Somos sós...
Embora, o sol desperta no mágico colorido de serenidade e paz; os pássaros cantam num epopéia de alegria e esperança; o céu azul nos convida a um mergulho profundo na suavidade perdida; as árvores frutificam a doçura do amor que alimenta e passa; tudo é convite a partilha e a comunhão... Só nós nos negamos e perambulamos na solidão do nosso egoísmo e ostracismo.
Não existe pílula que combata a solidão, o individualismo e o narcisismo; há um antídoto: a solidariedade...
Devir solidariedade no aprendizado diário da partilha genrosa e terna é o único caminho para que não nos apodrecemos, intoxicados de nós mesmos.
e se devimos solidariedade, ainda mesmos quando sós, não padecemos de solidão, porque podemos repetir com Deleuze: " Somos todos desertos, povoados de tribos, faunas e floras".
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Redescobrir
Gonzaguinha
Como se fora
A brincadeira de roda
Memórias!
Jogo do trabalho
Na dança das mãos
Macias!
O suor dos corpos
Na canção da vida
Histórias!
O suor da vida
No calor de irmãos
Magia!
Como um animal
Que sabe da floresta
Memórias!
Redescobrir o sal
Que está na própria pele
Macia!
Redescobrir o doce
No lamber das línguas
Macias!
Redescobrir o gosto
E o sabor da festa
Magia!
Vai o bicho homem
Fruto da semente
Memórias!
Renascer da própria força
Própria luz e fé
Memorias!
Entender que tudo é nosso
Sempre esteve em nós
História!
Somos a semente
Ato, mente e voz
Magia!
Não tenha medo
Meu menino povo
Memórias!
Tudo principia
Na própria pessoa
Beleza!
Vai como a criança
Que não teme o tempo
Mistério!
Amor se fazer
É tão prazer
Que é como fosse dor
Magia!
Como se fora
A brincadeira de roda....
Como se fora brincadeira de roda...
jogo do trabalho na dança das mãos...O suor dos corpos na canção da vida...O suor da vida no calor de irmãos!memórias,macias,histórias,
magia...abraços,carinho!
Maria Alice
Upa! Que falta nos faz Gonzaguinha e seu canto.
Da solidão à solidariedade estradeamos por brincadeiras de rodas e por muita vida que é o jogo dos trabalhos dos homens na dança da mão , compassados pelo coração: febril, lento e desalentado, pulante e vibrante... Sempre ele, este velho coração que marca as histórias da vida. Abraços jorge
Postar um comentário