quinta-feira, 16 de setembro de 2010

POESIA: UM VÔMITO VESPERTINO

                                                EU, MALTRAPILHO
                                                                              JORGE BICHUETTI
Me jogaram merda no rosto. Limpei-me e segui...
Me disseram que era pouco. Admiti.
Caluniaram meus amigos. Morri.

A palavra fabrica torpores,
o olhar, intimidações...
Só, contudo, a intriga
pode operar demolições.

Entre gravetos e plumas, hei de novo
tecer: uma casa, um leito, uma rede...
Para que os sonhos não sejam
os excrementos da iniquidade.

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