JORGE BICHUETTI
Céu claro... O inverno ameaça chegar. Lá fora, a natureza o sente, antes... Os pássaros se recolheram e eu não os ouvi na alvorada.
Entre papéis e uma caneta, vou rabiscando a vida.
Onde mora a suavidade?
Já acretidei que a teria num rancho à beira do Rio Grande.
Já a vi na imensidão entre estrelas bailarinas.
Já a sonhei no amor e na revolução.
Não sei seu endereço, mas não deixo de procurá-la.
Quero-a, comingo, com minha gente e com todo o mundo.
Não é suave o assasssinato de mulheres; não é suave o barco de alimentos sendo impedido de suprir a fome na Faixa de Gaza; não é suave a candidatura de pessoas com ficha suja; não é suave...
É suave: a vitoría do povo argentina que superando a homofobia, legalizaram o casamento gay...
É suave: Chiapas, Las Madres, O MST, os núcleos de economia solidária.
Como é suave a resistência e aluta por direitos humanos!
Não nada suave câmaras no colégio violando a privacidade dos adolescentes.
Como é suave celebrar 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente!
Não é suave o petróleo no Golfo do México, nem é suave a poluição, o desmatamento, a opressão.
Lutemos por mundo de suavidade!
Na dúvida, se esquecemos do que suavidade, vejamo-la:
- nos jogos infantis e no sorriso de uma criança;
- na prosa sábia de um idoso;
- nas cores do pôr-do-sol;
- no canto dos passarinhos;
- e no beijo doce e terno dos apaixonados.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
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2 comentários:
Um barco de suavidade conduzindo lucidez e consciência num tempo de (tantas) sorrateiras turbulências que rodeiam e nebulam o pensamento do viver cotidiano... quiçá possamos reverter mais ainda a hipocrisia capitalista "liberal", que denovo quer poder, pena que bem ao contrário daquele "tudo outra vez" que Belchior cantava.
Resistência e luta, caminhos insurgentes de superação do velho e opressor capitalismo que sempre se maqueia e se mostra longe das crueldades que produz; e inventar o novo : solidário, suave, inclusivo. abraços jorge
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