quinta-feira, 8 de julho de 2010

POESIAS: ENTRE A NUVEM E O TROVÃO

                                                      SONHOS
                                                             JORGE BICHUETTI

Flores, perfumando a manhã...
Cores, enfeitando a tarde...
Estrelas, prateando a noite...
E os sonhos? Puro silêncio,
este silêncio indolente,
este medo de tudo...
Já houve um tempo
de canto e poesia,
um tempo onde os sonhos
eram festa e magia.
Hoje, há muita cinzas no caminho,
há muito cinza na alma do povo...
Que fazer? Afirmemos a vida,
perfumando nossos sonhos
com uma rosa roubada;
colorindo a fantasia
com as tintas guardadas
e que , um dia, pintaram
os muros da cidade
com o alfabeto de uma utopia...
As estrelas? Libertemo-las...
e livres as concebemos,
deixando nosso coração
voar pelo infinto, e bailarino
brilhar... Feito sonho de menino.

                                                LIBERDADE
                                                     JORGE BICHUETTI

Não tenho os pés acorrentados,
e minhas mãos não estão amarradas...
Mesmo, assim ignoro as asas
que me foram dadas e preso no chão
sigo vivendo com minha alma alagada.
Liberdade, liberdade!... Perdi sua direção,
e, agora, sofro inquieto
sob o peso da escuridão.

Escutando o voz do tempo
na fala de um passarinho
que livre voa e canta,
descobri meu desatino:
Liberdade, liberdade!...
Moça faceira, vida trigueira
que floresce nas nuvens
do sonho que voa alto
e não teme a fúria voraz
dos esouros de um trovão.

Liberdade é relâmpago,
cometa e grama que lastra,
na coragem de ousar
do chão sair e plantar
no hoje, o amanhã.

Um comentário:

Josiane disse...

Hoje, o sol nasceu de mansinho na cabeceira do rio
Se espreguiçando entre os pássaros que alçavam voo.
A brisa bailarina, que já cedo dançava pelo espaço
Tocava as folhas das flores que não resistiam e bailavam,
Ao som majestoso das cachoeiras e dos cantos passarinhescos.
É quando a natureza chama...em chamas
Aquecendo o coração resfriado das criaturas
Que, murchas, há muito entregaram seus perfumes contagiantes...
Suas cores penetrantes...
Suas performances vibrantes...
Para rastejarem entre as sombras do "Poder".
Ouça, os gritos das formigas operárias
Veja, o colorido do ventos soprando
Sinta, os braços das árvores abrançando...
A existência é combustão!