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Como dói o desejo;
o corpo arde...
Se cai num redemoinho;
nunca se descansa,
nem se celebra a tarde.
Como dói a paixão;
amor louco...
Nele, mesmo sozinho,
se espera e se dança;
e tudo é muito pouco...
Como dói a vida,
nesta triste prisão...
Vaga-se sem ninho
Miragem? não se alcança,
nem vê onde os risos estão...
ANDARILHO
JORGE BICHUETTI
A estrada me fascina,
perambulo e vôo
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a flor azul dos meus sonhos...
Caminho, fora da linha,
dos trilhos de segurança...
A aventura errante
ilumina meus olhos tristonhos...
UM PÃO
JORGE BICHUETTI
Viste a fome no meus olhos tristes...
Solidário, me deste um pão;
agradecido, segui com minha fome
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de flores
de canções...
Numa taça de vinho, mergulhei
e nas graças da alucinação,
vi e me alimentei
com a poesia do fermento
com as flores dos trigais
com as cantigas de ternura
que pulsavam, silenciosas,
nas tuas mãos e no teu pão...
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