JORGE BICHUETTI
Não sei como começar nosso diálogo... As palavras fluem com voracidade dos discursos de elogio ou de auto-exautação... Não é o caso... queria muito no aconchego deste blog conversar sobre a potência da ternura...
Ternura é potência, nunca poder... Gera bons encontros, transversalidade, democracia e inclusão social...
A rosa branca de cacho que perfuma o meu quintal, singela e meiga, é terna...
Sinto na pele a ternura do orvalho e me enterneço com o azul suave do infinito...
Abraços, beijos, mãos dadas... Um sorriso sereno, uma palavra de aconchego, um olhar de compreensão... Quanta ternura!...
Me machuca aqui cada palavra dura, meus olhares de condenação e minha severidade... onde a vida só pedia compaixão.
Com que facilidade dizemos não...
Com que inconseqüência nos colocamos na posição de má consciência do mundo...
Um homem caído recebe de nós a mão do reerguimento ou o gesto de condenação?
Dizemos frequentemente: o mundo está perdido... e quase nunca temos paciência de tecer sua recuperação...
Condenamos, criticamos, somos ásperos.... e quase nunca fomentamos a renovação.
Silenciamos, omissos... e diante da dor da vítima, muitas vezes, produzimos na sua ferida, uma culpa, uma explicação...
O que é a ternura?
Para mim, neste momento, seria estar com o outro e meigamente oferecer-lhe meu ombro ou minha mão, minha palavra amável ou meu silêncio de irmão... Pouco importando, se outro é um santo ou um pecador...
Ternura - palavra mansa, gesto de cuidador...Onde a censura cala ante o canto do perdão.
Ternura não é um tema dos encontros subjetivos, é social e histórica, pois se algo mata a vida é a vida que declara a morte...
Não a morte física, do fim inevitável de todos, é o estigma que proclama na vida a morte civil.
Quantos caídos na estrada!... Quão poucos os cuidadores!...
Ninguém se ergue do lodo sem as carícias do sol...
Não existe aversão entre justiça e ternura, a aversão prevalece na omissão da candura.
Amamos, e não nos encontramos.... Odiamos, e não nos entendemos...
Prefiremos desconhcer que a ternura é ponte, é potência de encontro, território da vida... Quando vida se abre e desfeita da dura concha, consegue fazer florir na aridez do deserto que tem sido o que chamamos de dignidade humana.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
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2 comentários:
“Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás” (Ernesto Che Guevara)
Esta linguagem poética das estrelas, nos ensina que a ternura pode e deve ser florescida no coração de qualquer ser humano. Ternura pelo sentido de cidadania, pelo respeito ao próximo, pela solidariedade ao irmão, pela justiça... ternura pela ânsia de paz e felicidade... ternura pelo saber cuidar do planeta Terra.
Dr Jorge, meu abraço com ternura pelo seu aniversário, e
meu desejo é que faça uma linda viagem.
Não esqueça de levar a Lua. Ela irá doar um pouquinho de sua ternura às Madres de Plaza de Mayo.
Mas não permita que ela fique por lá, pois já entende espanhol e poderá encantar-se com o tango. Maria Alice
Maria Alice, a ternura é uma força que flui entre o anjo e o guerreiro, alimenta o sonho e sustenta a luta, dá o êxtse amoroso e os vôos da fé...
Mas ela nasce mesmo é no coração da amizase.
Porisso , lhe agradeço: minha amiga!
Uma lua vai e outra fica...
Assim, eu viajo no meio de encantos e ocultando uma multidão de lágrimas... Volto mais velho, quizá mais sábio.
Caminharemos algumas décadas e nesta caminhada me anima tê-la amiga e da lua nas partilhas que nos tornam mais humanos e ternos . Obrigado, com imensa ternura, abraços no coração jorge
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