domingo, 7 de novembro de 2010

POESIAS: ASAS DO CERRADO

                                                         QUARESMEIRA...
                                                                JORGE BICHUETTI


Anos seguidos, ela me esperava;
o filho voltava e a via florida
e sentia, magicamente, a vida
acolhedora nas campos do cerrado.

Aroeira, sabiá... a patativa cantando...
Ipês, gabiroba...o mico trapaceando...

O rio e suas cachoeiras me benziam
e eu me tornava selvagem na doçura
do cerrado... Vida verde, flores aladas:
- almas penadas, protetoras  da alvura
do povo destas campinas, que as tinham
sempre, diversamente, semeadas...

Não matem minha quaresmeira!
Não me roubem as floradas!
Andarilho, só caminho na coragem de ter,
um colo de mãe, no cração do cerrado.



                                                                             CANA
                                                                       JORGE BICHUETTI

Garapa, cachaça e rapadura...
Quanta vida, gostosuras,
que dava o meu quintal...

Na queimada, onde chora
o homem e a natureza
revela as dores do pobre canavial...

Ele que era dado as travesssuras
de produzir os deleites, agora,
arde de medo do capitalismo venial...




                                                                 AMOR SENSUAL
                                                                             JORGE BICHUETTI




Teu carinho acendeu o fogo,
antes cinzas pulverizadas
na fogieira da desilusão...

Agora, espero o jogo:
duas vidas encantadas
na estrada da paixão....




                                                                  TROVA AMOROSA
                                                                          JORGE BICHUETTI


      Oh! Não brinques de amar.
Meu corpo está armado
e teme os pesadelos
quando sonha acordado...
                                       

5 comentários:

Marta Rezende disse...

Jorge querido, o cerrado me trouxe infinitas tristezas. mandar algumass embora e outras colocar no saco filosofal. a vida é muito doida e a gente não pode se agarrar em nada e em nenhum lugar. beijo marta

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

SOMOS ANDARILHOS E VELHOS PASSARINHEIROS... UM DIA VOAMOS, OUTRO POUSAMOS... E VAMOS SEMEANDO SONHOS E RECOLHENDO MAGIAS. ABRAÇOS JORGE

Samara Dairel Ribeiro disse...

Bom dia Jorgito!!!
Me diga, o que quer um homem?
Mil beijos, to com saudade...

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Samara, um homem não deseja, pois se subverte à lógica dos poder que troca a procura pelo o que me interessa...
Porém, quanto ele abondona a lógica do poder e busca a potências dos bons encontros, ele deseja amar e sonhar, brincar e voar..
Abraços jorge

NessunAltro disse...

Signor Bichuetti,

My name is Paweł Siek, I'm polish composer, student of composition at Academy of Music in Cracow and Conservatorio di musica G. Verdi di Milano.

Nowadays I'm composing a ballet. It will have a premiere on October 2013 in New Theatre of Cracow. The scenario will be connected with brasilian sugarcane, harvings, burning of sugarcane fields etc. I will use some poems, articles about it etc. but all of them will be presented in morse code (orchestra will play rhytms witch will imitate morse code).

I'm really impressed with Your poem "Cana" witch I've found here on Your blog. I would like to use it (presented in morse code) in the first part of the ballet - also with choreografy - dancers will imitate burning sugarcane field.

I would like to ask You for Yours permission to use Your poem in my composition. Off course I would add Your name in the programme of concert as well as I will share with You a link to video registration of the piece.

If you would like to listen some of my compositions - here's my profiles:
https://soundcloud.com/pawe-siek and http://www.youtube.com/user/Pawels233?feature=mhee

Best wishes,
Paweł Siek