JORGE BICHUETTI
Aqui, me sinto usurpando um espaço, devia escrever de algo tão pessoal no diário de bordo, mas talvez a razão já explique meu encanto pela esquizoanálise: não é uma escola para ser repetida, é uma invenção para afetar, desencadeando novas invenções...
Antes vivi sob o império de totalizações... O é... era fundamental no pensar; então, chego, e me dizem que todo é é uma miséria e que a riqueza da vida e do pensamento estava na conjunção e, es... a montagem de uma bricolagem com tudo que nos interessasse, apenas preservando a lógica de afirmação da vida.
Monta-se uma caixa-de-ferramentas: para pensar, para viver, para sonhar... O fim da ortodoxia e do sectarismo.
Depois, descubro que não havia autoria: as coisas são tecidas nos entres dos encontros e relações...
E que a vida vivia sufocada por falta de entres , uma vez que nos agrpávamos defensivamente, sem transversalidade.
Outro encanto: a transversalidade, o espaço de voz e singularidade de todos, as relações descentralizadas, autogesticas e com voz ressonante para a diversidade.
Um encanto mágico: o inconsciente não era mais um teatro reprodutor de um passado que sempre nos prendia às repetições... Ele é produtivo, rizomático e maquínico...
Um muro na identidade... uma abertura para se perceber o homem e a sociedade como impermanência, multiplicidade, transformação, criatividade, singularização, diferença, e devir.
De encanto a encanto, me deparei com o conceito de linha de fuga... Uma linha de vida que escapole do controle e no hoje monta-se vida nova... Uma linha que driblando os vigias se constitui num modo de ser e viver onde o desejo - não-permitido - é experimentado e sustentado num plano dionísico de realização e plenificação dos sonhos, das utopias ativas...
Encantado, já não vivo sem estes valores que me libertam e me permitem andarilho, aprendendo com as experimentações vivas o novo, o inétido, o inusitado.
Hoje, sem sectarismo, me vejo um apaixonado...
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
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