Sinto culpa de estar feliz... Chove... no coraçãozinho de Lua... Ela não suporta ver malas prontas, nem me ver no corre-corre da partida... Enfim, vamos a Las Madres. Voamos, agora, cedo para Buenos Aires.
O Congresso Internacional de Saúde Mental e Direitos Humanos é muito mais do que um evento de trocas, novidades, experiências... Ele é o território de re-afirmação dos sonhos, das utopias ativas, da revolução...
Intensidade, e devir, potência e alegria... No sonho dos que cantam "soy loco por tí América"
Não qualquer América... A América de Marti, Bolivvár, Zumbi, Che, Mariguela, Henfil, Chico Mendes, Mercedes Sosa, Santino e tantos mais...
América - mestiça...
América - luta e sonho, caminhada e resistência, ternura e mudança...
Las Madres são uma experiência viva e intensa da revolução, aqui e agora... na solidariedade que se plenifica irmanando-nos e nas vivências de cuidado e acolhimento, trabalho e luta, onde o relógio se vê subvertido, o porvir se faz aurora no presente...
Há muito o que construir... Há muito o que mudar... No mundo e em nós...
E ali, no coração das Madres, existe um espaço liso para o devir... Para a invenção de novas práticas e novas ações de mudança... Espaço de sonhos partilhados... Espaços de libertação....
Trazemos nossos corpos apáticos e submissos... Lá se descobre no entre dos encontros o que pode um corpo...
Podemos amar e brincar, cantar e sonhar... Podemos dar um basta na violência, na exploração, na mistificação e na opressão.
O sonho não morreu...
Em nossas mãos, pulsa um alvorecer de justiça e paz, igualdade e liberdade...
Cada sonho, nascido da indignação frente as injustiças que ferem a pele e alma de nossa gente, é uma realidade virtual que se atualiza com ações afirmativas de produção revolunionário do novo, deste novo que se coloca como necessidade de todos...
E neste clima de esperança ativa, estarei ouvindo tangos, andando por La Boca, na feira de San Telmo, nos bares de Palermo, no Porto Madero, na Ricoleta...
Em cada canto, o sonho como companhia e suave e doce loucura de se crer e se buscar, diuturnamente, um mundo de amor e paz...
Um comentário:
O Homem não pode exigir de seu semelhante aquilo que ele não pode dar. Não se pode exigir que ele seja aquilo que ele não é ou não quer ser. O Homem é selvagem e sempre será: é um projeto da natureza, um animal como outro qualquer, que a nossa vã filosofia não é capaz de definir. O desconhecimento disto fez e faz com que se cometam equívocos como a criação de projetos humanos para o Homem, conhecidos como religiões e ideologias, que insistem em engessar as pessoas naquilo que julgam ser o melhor para elas. As tais revoluções, que pregam a destruição de tudo que existe, para se começar tudo de novo e sob a ótica de alguns poucos arrogantes. E, a história humana está cheia dessas monstruosidades, trazidas pelas ideologias e ou religiões, com a sua violência intrínseca, e, responsável por gigantescos genocídios , como fizeram o Nacional Socialismo e o Internacional Socialismo, nazismo e comunismo respectivamente, duas vertentes de uma mesma religião chamada Socialismo.....E religião é religião. Tem o irresistível poder de sedução, pois atinge o nervo sensível do sentimentalismo das pessoas, com suas promessas de paraíso e justiça, com palavras encantadoras de que todos somos iguais , comuns e sócios de todos os prazeres da vida. .....Iguais em direito sim, devemos ser, mas isto pode se obter com educação para todos ( boa, se desprovida de contaminação ideológica e outras), com leis claras e objetivas, mas não com o obscurantismo nefasto das ideologias e religiões como a História já registrou.
Você já reparou, amigo, como pessoas envolvidas com ideologias ou religiões, são agressivas? Estão sempre acusando alguém ou países pelos males da humanidade. Isto as afasta da natureza. Do amor.
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