JORGE BICHUETTI
O dia teima em não começar, para mim... É noite, embora, o sol já tenha nascido.
Um silêncio de medo e morte me perturba os sentidos.
Não escuto meus canarinhos, meus sabiás, nem meus pardais...
Onde estão? como se houvesse de vir uma terrível tempestade, eles se recolhram na mata.
Na mata, que souberram ameaçada... O projeto Rabelo dispõe sobre o fim do verde e a volta da acumulação primitiva, com a destruição legalizada.
Os fazendeiros poderão desmatar 90 por cento de suas terras...
Minha Terra já não terá palmeiras , nem nela cantará o sabiá.
Novamente, chora a nossa pátria mãe gentil...
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A seleção não brilha... O gol surge e anestesia os humores e fazemos de conta que somos felizes e que vivemos em paz.
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Onde mora o nosso riso de criança e nossa esperança de menino?
A criança com ou sem escola não tem infância... Tornou-se miniatura de adulto que graves consequências para o seu psiquismo. Já não brinca, já não corre feito passarinho que voa livre...
Sem o devir criança, estamos fadados a um funcionamento de repetição, cinzas e encolhimento.
A sua ausência bloqueia os outros devires.
Como sem o devir animal que um fluxo imanente ao devir guerreiro não há devir criança.
E sem devir, a vida corre submissa, triste e opressiva.
Todos nos tornamos prisioneiros do que Birman nomeou como uma sociedade de deprimidos panicados e toxicômanos...
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E preciso resistir, e, assim, voltemos a Gonçalves Dias gritando com o coração:
" A vida é combate, que fracos abatem; mas que forte, os bravos, só sabem exaltar".
E cantemos , de novo, com Chico:
" Todos juntos, somos fortes; somos arco e somos flecha"
domingo, 20 de junho de 2010
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2 comentários:
Jorge, querido sabiá! Lindo seu canto: "Os canarinhos estão mudos!" Bjocas no coração, Andréia
Andréia, como sinto saudades do seu canto, da sua voz e dos seus sonhos... Mande-nos gorjeios de vida e caminho. abraços
jorge
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