Jorge Bichuetti
Todo dia, os sinos esperam sonhadores
que a passarada os acordem e só, então,
badalam suas preces matinais, um louvor
à aurora que colorindo o infinto, recomeça
a vida e o caminho dos que andam na luta
de esquecer os espinhos e pedras do ontem,
para reinaugurar, no hoje, um novo dia e
uma nova caminhada no afã de encontrar
amores, flores, poesias e novos sonhos...
Os pássaros abrem com seu cantar a aurora;
os sinos dobram, badalam, oram... preces e
ejaculatórias da vida remoçada no orvalho;
vida que recomeça para no amor se eternizar... RECOMEÇO
Jorge Bichuetti
Recomeço entre o brilho
da última estrela e os raios
do sol madrugador que é
calor nos meus pés, passos
na estrada... num céu dourado
que junto com o sereno é
acolhimento da vida nova
que nascerá, deixando na noite
a memória das lágrimas
as escoriações dos desencontros
as nódoas dos equívocos e erros
as esperanças moribundas
os sonhos nublados pelo adeus
e a desilusão, cicatriz do tempo...
Com o sol seguirei, semeando
no novo dia que começa a vida
que florescerá no poente da existência,
como sonho reinventado na potência
das dores que são negadas pela força
da vida que se diviniza num perseverante recomeçar...
VULCÂNICO AMOR
Jorge Bichuetti
Na minha pele, crepitam fagulhas,
incandescências hormonais, poesias viscerais:
o desejo vadio e profano
na voracidade do êxtase
e na carência milenar das matriciais carícias...
O mundo nasceu de um vulcânico orgasmo;
da orgia paradísiaca entre a terra e o mar...
A vida brotou, cresceu e se fez florada na
alquimia terna do primeiro beijo de amor
entre a singela flor e a borboleta andarilha...
Assim, carrego no meu corpo
os germes ancestrais da vida nascente;
em mim, a vida explode num pleonasmo do amor
e fenece no vulcão adormecido
que solitário rumina a angústia do inverno,
neblina e gelo, nas crostas de cinzas dos prematuros adeuses...
DE NOVO
Jorge Bichuetti
Na janela fechada, uma flor...
recorda a última serenata e
o amor angelical e terno...
Na mesa,, uma página escrita...
narra a beleza do vivido na
candura da ternura juvenil...
De novo, eu voltaria... e
teceria o mesmo amor, amor
entre a flor e o passarinho
entre o rio que caminha
e o mar que baila alegre
na sua eterna espera...METAMORFOSE
Jorge Bichuetti
no olho
cisco
lágrimas
lavam
larvas
voam
no céu
amores
borboleteiam
nuvens
chovem
flores
sonhos
caminhos...
2 comentários:
Na minha pele, crepitam fagulhas,
incandescências hormonais, poesias viscerais:
o desejo vadio e profano
na voracidade do êxtase
e na carência milenar das matriciais carícias...
BOM DIA!TODAS PARECEM RECHEADAS DE SAUDADES.
Rosi: a nostalgia é companheira da lentidão. Quando enfermos lentificamos, repensamos o vivido... sem mágoa ou ressentimento, e sem desejo de voltar, somente relendo o livro da vida vivida,
Abraços ternos jorge
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