quarta-feira, 22 de junho de 2011

DIÁRIO DE BORDO: ONDE MORA A FELICIDADE?...

                                        Jorge Bichuetti

Céu escuro e salpicado de estrelas que me olham carinhosas, como se fossem guardiãs da vida... O quintal  num silêncio profundo parece um mosteiro zen. O perfume no ar, as sombras dos álamos impregnados de luar... A o luar - palavra e vivência originária do sertão, do povo sertanejo. Dialogo com o limoeiro, sob a observação ciumenta das flores vermelhas dos pés de beijos que estão num canto... Irei fazer uma saborosa limonada, antes irei ver uma solução para os beijos. A Luinha já não se aborrece que minha vida madrugadeira. Li algumas poesias para ela: gosta de trova e se revela confusa com os modernismo. Acaricio-a e pressinto que os seus poemas são a vida natureza com seus cheiros, sabores, sons e cores...
Como é belo o voo de um pássaro!...
A vida é bela... O social acumulou mazelas e idiossincrasias; dores e espinhos que o forja hostil e sofrido. Dor cruenta e exposta. Dor sangrante. Dor da vida e do povo... 
Entre pedras, flores...
Entre espinhos, sonhos...
Caminho e no horizonte encontro mensagens que convidam a humanidade para o novo e a mudança: um novo mundo é possível.
O horizonte é um manifesto vivo sobre as alegrias do amanhã na alquimia da vida que teimosa sempre recomeça...
O caminho é percorrido com o ser humano, vencendo a quietude e a acomodação passiva, na esperança de superar suas dores e problemas e lograr, caminhando, ser feliz...
A felicidade brota, fecunda-se e germina, cresce e floresce nos caminhos do amo sem limites, do amor incondicional, do amor sem fronteiras...
Num mundo de idolatria do ter e das mercadorias, mundo consumista; mundo de diluição dos vínculos coletivos, supressão do ser e reificação do individualismo; num mundo padronizado, idealizado e uniformizado... a felicidade nunca se materializa, pois a queremos como um bem de mercado. Ela, a felicidade, se revela, fugidia... A imaginamos ali; e quando alcançamos o ali, ela já está num acolá... E, de fato, a subjetividade no capitalismo é alienada e insaciável.
Não buscamos segundo o ser dos nossos desejos e sonhos: buscamos pelo introjeção das necessidades que a mídia e o outro cria em nós... muitas vezes, contrariando,nossos desejos e sonhos...
Além do que se o ter nos governa, ele é, por natureza, um sempre ter a mais... um algo mais... um novo consumo.
Somos felizes vivendo assim?...
A felicidade é realização íntima... é um estado emocional que é subserviente ao modo como enxergamos e valorizamos os fatos e acontecimentos da vida.
Ninguém é feliz, caçando alheio aos alvitres da sua própria singularidade.
Ninguém é feliz, vivendo segundo as expectativas do outro.
Ser feliz é caminhar na vivência e na experimentação que nascem dos nossos sonhos e desejos... É busca da singularidade.
A desconexão do ser humano coma natureza o fez refém do mercado...
Um banho de cachoeira... O contemplar o sol nascente e o por-do-sol... O caminhar nas verdejantes matas... O degustar uma fruta, sentado no chão junto da generosa árvore que a nos cedeu... O escutar uma canção, o serestar, o cirandar, o festejar... são alegrias subtraídas e que acabam nos restringindo aos prazeres fugazes do mercado.
A felicidade mora nas horinhas de descuido... no singelo e no terno; no aventurar-se e descobrir vida nova.
A felicidade não é um instinto; é construção social...
Assim, a podemos tê-la: se a buscamos na vida de simplicidade que escuta sonhos e desejos e os realiza na caminhada de amor, partilhando com o outro e com a natureza um ser no mundo para viver com intensidade e profundidade... E ela foge quando a extraímos de dentro de nós e a projetamos numa vida de ter... onde tudo o que é sólido desmancha no ar..

6 comentários:

Um pouco de mim Rosi Alves disse...

A felicidade mora a onde tem verdade lá a duras penas o amor permanece,porque a verdade nem sempre agrada mais te impede de errar com tanta freqüência de quem ama a mentira mais diz que fala a verdade.abraços meu querido um dia de amor!

Mila Pires disse...

Bom dia Jorge!
Penso como tu: "A felicidade mora nas horinhas de descuido... no singelo e no terno; no aventurar-se e descobrir vida nova."E assim caminhamos...descobrindo e sendo feliz!
Abraços...com ternura...Mila.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Rosi: caminhos e horizontes são escolhas; escolhas que dão sentido à vidda... E o felicidade mora no singelo, na natureza, no amor fraternal... Amar e seguir; seguir mirando o horizonte... Abraços com carinho; jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila: querida amiga, caminhando entre o sonhoe e a belo da natureza no singeloe terno das folhas miúdas e das folores do chão, céu claro e nuvens... Tudo e´belo: existir é desfrutar a vida ... caminhando com o azul dos sonhos, abraços, joerge

priscila disse...

a felicidade virou mesmo uma brigação de mercado onde as pessoas tem a brigação de aparenteram um alegria falsa fabricada uma sociedade inventada onde os seres dessa era acreditam que a felicidade esta a venda.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Priscila; o amor perdido nos meio das vendas e das ilusões do ter, com pouca valorização do ser... assim, nascem as çágrimas, abraços ternos, jorge