quarta-feira, 15 de junho de 2011

POESIA: ASAS DA MÃE GAIA

                                    A LUTA DA TERRA
                                                    Jorge Bichuetti

Na terra, a vida nasce,
cresce e floresce verdejande;
porém, o fogo humano desmata
e consome os frutos da vida e o porvir...

O homem destrói e mutila
os germes do novo alvorecer
que guardam as bênçãos do amanhã
de u'a vital ternura e u'a nova suavidade...

Na luta entre o homem e 
a generosa Mãe Terra,
plama no corredor do tempo
a ventania - choque entre as folhas secas
do ontem e as florescências do devir...


                                KARCARÁ-URÚ
                                                    Jorge Bichuetti

Cacique verdeja
sonhos do porvir,
ecos ancestrais
nas floradas do vir...

Ternura guerreira,
no Andaiá vicceja
singularidade floral...




                                    A-DVERSIDADE
                                                    Jorge Bichuetti

no nó
     nódoa
servil

no sol
     sovacos
anis


                                       CAMINHOS TRIBAIS
                                                                Jorge Bichuetti

águas cristalinas -
nascente cachoeira
barco
leme;
as flores de Oxum
à caminho 
do mar
de Iemanjá...

Amores tribais
tambores
ecos do infinito
no valsear do rio
no chocoalhar do mar...


                                      ENTRE O CÉU E A TERRA
                                                                Jorge Bichuetti

Efervescentes vivências das idas e vindas
entre o movimento do tempo e o chão
onde florescem os madrigais do vento
que soam serenos e orvalhados de
ternura, mansidão, paz e clemência...

Ninguém está fora da roda dos acalantos
que nascem expontãneos da ceifa terrestre,
reflexos da bondade da nossa Mãe Gaia,
maternal e senhora, dama da vida e da aurora...

O sol e a Lua a mimam de carícias,
luzes e calor numincomensurável amor;
todavia, o ser humano, ingratoe leviano,
a nega, agredindo seu poético verdejar...

Assim, a Terra sangra, mãe maltratada,
que perdoa e continua sua ação de graça,
depositando nos poros e sulcos do destino
as sementes do amanhã, eivadas de esperança...

Eis a paródia humana no pardoxo entre
os sonhos de ninar e os pesadelos paridos
pelas mãos da destrutividade canibal
da modernidade que exclui da vida as pulsações do amor...

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