Jorge Bichuetti
Na terra, a vida nasce,
cresce e floresce verdejande;
porém, o fogo humano desmata
e consome os frutos da vida e o porvir...
O homem destrói e mutila
os germes do novo alvorecer
que guardam as bênçãos do amanhã
de u'a vital ternura e u'a nova suavidade...
Na luta entre o homem e
a generosa Mãe Terra,
plama no corredor do tempo
a ventania - choque entre as folhas secas
do ontem e as florescências do devir...KARCARÁ-URÚ
Jorge Bichuetti
Cacique verdeja
sonhos do porvir,
ecos ancestrais
nas floradas do vir...
Ternura guerreira,
no Andaiá vicceja
singularidade floral...
A-DVERSIDADE
Jorge Bichuetti
no nó
nódoa
servil
no sol
sovacos
anisCAMINHOS TRIBAIS
Jorge Bichuetti
águas cristalinas -
nascente cachoeira
barco
leme;
as flores de Oxum
à caminho
do mar
de Iemanjá...
Amores tribais
tambores
ecos do infinito
no valsear do rio
no chocoalhar do mar... ENTRE O CÉU E A TERRA
Jorge Bichuetti
Efervescentes vivências das idas e vindas
entre o movimento do tempo e o chão
onde florescem os madrigais do vento
que soam serenos e orvalhados de
ternura, mansidão, paz e clemência...
Ninguém está fora da roda dos acalantos
que nascem expontãneos da ceifa terrestre,
reflexos da bondade da nossa Mãe Gaia,
maternal e senhora, dama da vida e da aurora...
O sol e a Lua a mimam de carícias,
luzes e calor numincomensurável amor;
todavia, o ser humano, ingratoe leviano,
a nega, agredindo seu poético verdejar...
Assim, a Terra sangra, mãe maltratada,
que perdoa e continua sua ação de graça,
depositando nos poros e sulcos do destino
as sementes do amanhã, eivadas de esperança...
Eis a paródia humana no pardoxo entre
os sonhos de ninar e os pesadelos paridos
pelas mãos da destrutividade canibal
da modernidade que exclui da vida as pulsações do amor...
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