sexta-feira, 3 de junho de 2011

POESIA: ASAS DA MADRUGADA

                                 MIRAGENS
                                                  Jorge Bichuetti

Só... no silêncio da madrugada,
vultos, sombras e palavras, surgem intempestivas
e criam no horizonte miragens, paisagens...
me entorpecendo os sentidos e mutilando os relógios,
na confusa realidade do tempo dissimulado
que partindo, etéreo ficou...
E ficou dando corpo e cantoria
à indolente saudade
que emerge nos vácuos da vida, trazendo,
nas asas da madrugada,
o amor de outrora,
os desejos amortecidos,
os sonhos desarticulados,
ontem, que volta, num agora,
riscando na pele da meu coração torturado,
desenhos e versos bucólicos e nostálgicos,
que o amor é vida na imortal
eternidade...

Assim, no silêncio da madrugada, de amor, escuto o vento
e chora... lágrimas vertidas no rio da saudade...


                          O FOGO ANCESTRAL
                                                                Jorge Bichuetti

Sob as brumas do luar e os rumores do vento,
uma fogueira... bailados e canções, corpos
desnudos, sensuais e ébrios... de paixão,
de liberdade: nos entranhas da noite, a vida
ritualiza nas pulsações do desejo e do sonho
o fogo ancestral do amor sem limites,
leveza e intensidade, serpente e borboleta,
u'a ternura visceral nos corpo unidos
numa litúrgica fusão do vida natural
onde o cio é acolhido nos véus da libertinagem....

A noite é a poesia pós-moderna da primitiva humanidade
onde a paixão
reinava livre nos braços ardentes do luar...


                              LORCA
                                           Jorge Bichuetti

Mártir, da liberdade , fuzilado
ouvia sons da ciranda flamenca
e versos trigueiras das matinais
viagens pelos campos dourados
pelas flores silvestres e cavalos
que corriam com o vento e no ar
descobriam o magia do amar alado
e a pureza ancestral da utopia cultivada...

O fascismo não dá versos, é o nada
que nos roubam, estuprando a própria humanidade,
nossos anjos vadios de verdejante santidade...

Lorca vive no Xingú... Vive na paulicéia desvairada...
Lorca está acampado no coração da liberdade
que pulsa resistente... nas florescências da utopia -
pão e vinho no amor insurgente nas capelas juvenis
da paixão e da esperança que brilham estreladas
nas ruas nos becos nas passeatas
nos beijos no sexo no delírio
que reinventa o céu nas sarjetas da desumanidade...

5 comentários:

Preludios do Infinito Particular disse...

Bom dia Dr.! Muito interessante o seu poema, na sequência vc menciona Lorca, adoro os poemas dele, eu tinha alguns e vou ver se eu os encontro nos meus guardados. Meu abraço com carinho. Lou Moonrise.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Lou, que bom tê-la u'a amiga que gosta da poesia e das reflexões... um terno abraço e carinhos. jorge

CLARA disse...

Boa Noite!
Quanta coisa posso expressar com apenas essas duas palavras.
Posso expressar o quanto desejo que sua noite seja agradável, o quanto desejo que seus sonhos sejam bons.
Posso através delas exprimir o quanto desejo que você durma bem e acorde bem.
Mas principalmente, posso expressar que mesmo agora, na iminência de dormir tenho meus pensamentos voltados a você.Que os anjos abençoem sempre você e a Lua
Bom final de semana
Clara

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Clara, sigamos juntos construindo sonhos de vida e paz, abraços ternos, jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Clara, sigamos juntos construindo sonhos de vida e paz, abraços ternos, jorge