Jorge Bichuetti
Na chavena de chá, vi
o sol nascendo e a vida
se refazendo... O limão
era ali um astro-rei e o
meu corpo febril, nele,
se via tecido no verde -
esperança suada e o
o vil fantasma da morte
pulverizado pelos frutos
do meu cálido quintal...
A morte espreita a vida,
ergue-se ameaçadora e
pergunta, insolente sobre
o medo que cresce nos
fiapos da alma indigente...
A vida, contudo, aparece
e canta glórias e embalos,
acariando o corpo e a
mente, que, então, se vêem,
novamente, de prontidão:
- A vida que se subtrai na
tosse renitente; logo, volta
vida remoçada, bela, nos
frutos do quintal... Onde
a alegria nossa de criança
não conhece os espasmos
vorazes da agonia final...SILÊNCIO
Jorge Bichuetti
Silencio. Não posso jogar no mar
as palavras, palavras que são peças
na composição da vida proseada
nos encontros onde o caminho
arquiteta o encontro e o amar...
Silencio. Não enchargarei de lama
o vento... Já nos acaríamos nos ternos
verbos da paixão; e, agora, no outono
da partida, guardarei na minha mala
a magia das palavras e além, seguirei;
deixo o silêncio... e nele o meu adeus...RECOMEÇAR
Jorge Bichuetti
As folhas crepitantes no chão sobre os meus pés,
me dão a melodia do recomeço... O tempo é o
moviemto da transitorialidade da vida que vem e
que vai... Vida de partida e de chegada, mas vida
de ousadia e bravura para colher nossa lágrimas
e com elas irrigar o caminho, florindo-o no ato
de apagar os borrõres cruéis do ontem e recomeçar...PASSAGEM
Jorge Bichuetti
passarinhos
nuvens
o vento
trâfego
há no viver um ser e um passar
2 comentários:
Amei...um abraço!
Rosi: um excelente feriado: com cantigas, passarinhose versos enluarados, jorge
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