sábado, 25 de junho de 2011

POESIA: PALAVRAS DO AMOR

                                  SILÊNCIO
                                          Jorge Bichuetti

No meu silêncio,
ricocheteam todas as palavras,
ditas e pensadas, e aquelas outras
por nós desconhecidas...
Nos perdemos no acusar;
nos ferimos no muito falar...

Acreditamos no amor verbal,
enciclopédico e erudito,
feito de gramática e de fonemas literários...
Não escutamos o sussurrar da pele,
o suave cantar dos músculos;
nem mesmo ouvimos a ciranda de risos da nossa alegria...
Desprezamos nossos sons guturais, gemidos e sibilos...
E cortados pela navalha das palavras duras e cruéis, nos separamos...
Agora, as palavras se foram e ficou este longo e interminável silêncio.

Nas ruminações do silêncio, uma lágrima.
Nos perdemos e perdemos o amor maior,
 com a guerra das palavras,
quando a vida nos pedia
o aprendizado do idioma dos carinhos...

Nos perdemos,  por não saber ler a vida nas faíscas do olhar...


                                      NOS AMAMOS, ASSIM...
                                                               Jorge Bichuetti

Na relva molhada pelo sereno
e prateada pelo luar, nos amamos;
amor intenso e total, tecido 
nos vapores do desejo e
vivido nas voragens da paixão...
Nos amamos...
Depois, adormecemos abraçados...

O sol nasceu e nos acordou;
fomos cada um para o seu lado...

No arquivo da memória, 
uma doce recordação...
Na angústia da solidão,
a vontade de o tempo voltar
para simplesmente nomear,
com a poesia do carinho
e com as cantigas de amor,
o nosso encontro banal
que despertou os sentidos do mundo
e fez a vida conhecer
as cores e os perfmumes
da primavera celestial...


                                      TERNURA VITAL
                                                          Jorge Bichuetti

No cio, a vida voa e caça
os afagos cibernéticos do amor...
Depois, na calmaria, a vida
só deseja os carinhos silvestres
da ternura, da cúmplice
caminhada pelas trilhas do tempo,
onde encharcados de ternura
podíamos seguir de mãos dadas...

O cio é a loucura voraz do amor
comprimido na instaneidade dos segundos;
a ternura é a amor impregnando 
o corpo da vida
com as  floradas do tempo inesgotável,
nas cantigas de amor... amor para a eternidade.


                                     NO ADEUS
                                                  Jorge Bichuetti

Seguirei sem mentiras,
ao partir, não hei de esquecer
as loucuras do meu coração...

Partirei, dizendo
a verdade: o amor não morreu,
nós nos perdemos dele e ele,
agora, anda, entranhado
na alma da gente
e se desejamos amar além,
é que os ruídos do nosso corpo
abafou a voz da nossa alma...

Assim, seguirei... partirei...
para, logo, ali, caído no chão 
chorar,
chorar de saudade...


                UNIVERSIDADE POPULAR - 05/07//2011
- GRUPO DE ESTUDOS DA OBRA DE JUVENAL ARDUINI

4 comentários:

Anne M. Moor disse...

Teu poema "Silêncio" está linnnnnnnnnnnndo e apresenta tudo que tive que aprender ao longo dos anos. As vezes preciso aprender tudo de novo!

beijos
Anne

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Anne: o caminho é interminável; também, tenho a impressão que fico um tempo nas mesmas lições. Abraços ternos, jorge

Um pouco de mim Rosi Alves disse...

BOM DIA!UM DOMINGO DE AMOR.

No silêncio nasce um novo amor
O que não se pode é esmorecer
Ou morrer de amor por uma apenas
Sendo que em silêncio alguém te ama

Um amor que pode trazer a tona
O aflorar da vida que agora silencia a perda

Seus olhos e sua alma quieta silenciam o amor
Que sem você perceber pode reviver através da dor

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Rosi: abraços ternos com carinho, belo poema, lindo mesmo, jorge